Uma possível série de "ataques significativos" do Irã contra Israel deve ocorrer nesta semana, alertaram os Estados Unidos nesta segunda-feira (12). Em reunião com países europeus, os estadunidenses pediram que Teerã "renuncie" a essa ameaça.
A questão foi levantada pelo presidente norte-americano, Joe Biden, e os líderes de França, Alemanha, Itália e Reino Unido. Em declaração conjunta, eles informaram que a ofensiva teria "consequências graves" para a segurança regional.
A Casa Branca apontou que os possíveis ataques podem ter impacto nas discussões da próxima quinta-feira (15) sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza e a libertação de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos.
"O Irã nunca cederá à pressão, às sanções e à coerção, mas considera que tem o direito de responder aos agressores de acordo com as normas internacionais", disse o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, segundo comunicado divulgado pela agência oficial Irna após a conversa com o líder alemão.
Cessar-fogo
Segundo as fontes, autoridades do governo iraniano teriam afirmado que a única maneira de adiar a retaliação contra Israel seria um acordo de cessar-fogo em Gaza.
O Irã ainda teria informado que irá executar um ataque direto, junto ao grupo libanês Hezbollah, caso as negociações sobre o cessar-fogo não tenham sucesso.
Irã diz que tem 'direito de responder' aos ataques
O presidente iraniano, Masud Pezeshkian, afirmou que o país tem "o direito de responder" a qualquer agressão. Já os Estados Unidos "compartilham as preocupações e expectativas de Israel" diante de um ataque iminente do Irã e dos grupos aliados de Teerã naquela região, declarou o Conselho de Segurança Nacional norte-americano.
O Irã e seus aliados ameaçaram Israel com uma resposta armada após o assassinato, em 31 de julho, do líder do Hamas (atribuído a Israel), e a morte, na véspera, do comandante militar do Hezbollah em um ataque cuja autoria foi reivindicada por Israel.
Em abril, o Teerã lançou um ataque sem precedentes com drones e mísseis contra o território israelense, em resposta a um ataque contra o consulado iraniano em Damasco, atribuído a Israel.
As tensão também é elevada no Líbano, após meses de trocas de disparos na fronteira entre o Hezbollah, aliado do Hamas, e o Exército israelense, que prosseguia com sua ofensiva na Faixa de Gaza, principalmente nas regiões onde enfrenta o ressurgimento do Hamas e de grupos aliados.
Número de mortos em Gaza
O braço militar do Hamas anunciou que seus combatentes mataram um refém israelense e feriram duas reféns mulheres em incidentes separados na Faixa de Gaza.
Nesta terça-feira (13), ataques aéreos israelenses mataram 19 palestinos no centro e sul da Faixa de Gaza, informaram médicos. Os bombardeios tiveram como alvo hoje Khan Younis e Rafah, no sul, segundo moradores. No norte, o trabalho de identificação de corpos continuava, após o ataque israelense do último sábado (10) a uma escola de Gaza, que matou 93 palestinos, segundo a Defesa Civil.