Além de estimular o olfato, os aromas (odores agradáveis) também podem proporcionar saúde física, emocional e vibracional, por meio da aromaterapia.
O conhecimento ancestral de misturar óleos essenciais se desenvolveu ao longo dos anos e, assim como a acupuntura e o reiki, está hoje entre os procedimentos que integram a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PICs) do Sistema Único de Saúde (SUS).
Isso significa que, embora sejam recursos terapêuticos, nenhum deles dispensa os tratamentos convencionais ou o acompanhamento de profissionais da Saúde.
A aromaterapia "complementa [tratamentos], principalmente quando se trata de alcançar dimensões mais sutis do ser humano”, confirma a enfermeira e aromaterapeuta *Virgínia Ramalho, pontuando também que a prática terapêutica vem “ganhando um contexto cada vez mais científico”.
Quer saber mais sobre a aromaterapia? Confira, a seguir, respostas para as dúvidas mais frequentes:
O que é e para que serve a aromaterapia?
A aromaterapia é uma prática terapêutica que consiste no uso de óleos essenciais. O engenheiro químico francês René Maurice Gattefossé foi o responsável por cunhar o termo 'aromathérapie'.
Em 1937, ele descobriu que substâncias aromáticas produzidas pelas plantas promoviam diversos benefícios à saúde. Daí nomeou-se a prática de aromaterapia, cujo objetivo é equilibrar, harmonizar e promover a saúde do corpo e da mente.
Como funciona o tratamento?
Segundo a aromaterapeuta Virgínia Ramalho, geralmente, as pessoas buscam a aromaterapia como uma alternativa natural para resolver alguma questão de saúde, seja no âmbito físico ou emocional.
O tratamento é muito procurado por quem apresenta sintomas como dor de cabeça, cólica, alergias de pele, problemas no sistema respiratório, ansiedade, distúrbios do sono, estresse, doenças psicossomáticas, etc.
A inalação e uso tópico são as vias mais comuns de utilização dos óleos essenciais na aromaterapia. Porém, o tratamento sempre varia de pessoa para pessoa, segundo a especialista.
"O tratamento depende da queixa do interagente e da avaliação feita por um profissional aromaterapeuta, que irá decidir qual o melhor tratamento a ser utilizado".
Independentemente das áreas de aplicação ou do óleo a ser utilizado, por exemplo, é importante que a prática terapêutica seja executada por alguém com formação adequada.
"É muito importante saber que os óleos essenciais são substâncias extremamente concentradas. Para serem utilizados é necessário um conhecimento adequado sobre a diluição, via de administração e o tempo de tratamento", alerta Virgínia.
Quais os benefícios da aromaterapia para a saúde?
A aromaterapia possui benefícios muito relevantes à saúde, que vão desde melhorar a qualidade de vida e situações emocionais, até tratar ou evitar o agravamento de sintomas.
O óleo essencial pode conferir tais benesses, através dos seus componentes químicos e propriedades medicinais, levados ao organismo através da pele. Nesse caso, o óleo é absorvido por todo o sistema através da circulação sanguínea.
A inalação de aromas é outra forma de uso terapêutico dos óleos essenciais. Ao aspirar um odor agradável, "o sistema olfativo envia estímulos ao cérebro, a uma área chamada sistema límbico, responsável por comandar diversas funções no organismo como emoções, memória, frequência cardíaca, sono e muitos outros", esclarece a especialista.
Carro-chefe e precursor da aromaterapia moderna, o óleo essencial de Lavanda Francesa é muito utilizado como ansiolítico. Conforme Virgínia Ramalho, ele "ajuda a melhorar o padrão do sono, trazer mais calma e equilíbrio". E ainda auxilia no "tratamento de dores de cabeça, alergia ou queimadura de pele", entre outros benefícios.
Já os óleos essenciais cítricos como Laranja Doce, Bergamota, Limão Siciliano, Grapefruit e Tangerina, ajudam em questões emocionais, promovendo alegria, prazer pela vida e equilíbrio emocional.
Óleos como Gerânio e Sálvia Esclaréia são muito utilizados em benefício da saúde da mulher, aliviando sintomas da Tensão Pré-Menstrual (TPM), estresse, cólicas e oscilações de humor.
"O óleo essencial de alecrim também é muito conhecido como o óleo dos estudantes, pois promove foco, concentração e ajuda na memória", soma a aromaterapeuta.
O que são óleos essenciais?
Os óleos essenciais são substâncias naturais muito concentradas, extraídas de plantas medicinais e ervas aromáticas de diversas partes da planta, como raízes, folhas, flores, sementes, troncos, resinas, cascas e frutas. São considerados, portanto, a 'alma' da planta.
Virgínia sugere imaginar que no interior dos vegetais existe uma usina química, com diversas substâncias sendo sintetizadas. E uma delas é o óleo essencial, uma substância altamente complexa, cuja função é proteger as plantas contra ameaças climáticas, predadores e favorecer a polinização.
"Em uma visão mais holística, os óleos essenciais carregam a mensagem vibracional e energética das plantas. Isso nos permite dizer eles podem interagir de maneira integral com o ser humano, contemplando as dimensões física, emocional e energética".
Qualquer pessoa pode usar livremente os óleos essenciais?
Os óleos essenciais estão amplamente disponíveis no mercado e podem até ser utilizados livremente por qualquer pessoa.
Contudo, orienta Virgínia, o ideal é ter conhecimento prévio para utilizá-los ou o acompanhamento de um profissional aromaterapeuta para escolher o tratamento mais adequado. Esse profissional precisa, pelo menos, ter a certificação de um curso de formação.
Apesar de o óleo essencial ser uma substância natural, o seu uso inadequado pode trazer prejuízos à saúde, adverte.
Para quem não possui muito conhecimento na área, mas quer ter acesso aos benefícios dos óleos essenciais, há produtos no mercado chamados aromaterapia de conveniência.
Prontos para uso, esses cosméticos já possuem formulação com óleos essenciais autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Há contraindicações ou efeitos colaterais?
A aromaterapia é muito segura quando utilizada adequadamente, garante Virgínia Ramalho.
Porém, como os óleos essenciais são bastante concentrados, é necessário diluí-los antes da aplicação sobre a pele. O risco existe somente quando não há conhecimento da quantidade certa a ser utilizada.
De acordo com a aromaterapeuta, alguns óleos essenciais podem causar irritações na pele, contrações uterinas, aumento ou diminuição da frequência cardíaca, interrupção da respiração em crianças, entre outros efeitos colaterais.
"A aromaterapia exige uma atenção bem especial quando se trata de uso interno por ingestão, pois pode causar interações medicamentosas ou até intoxicação. Por isso a importância de ter conhecimento na área ou de um acompanhamento de um profissional aromaterapeuta".
*Virgínia Ramalho é enfermeira, aromaterapeuta, terapeuta floral e instrutora de Eneagrama e sócia-diretora da Bem Flora. Atua como terapeuta Integrativa, palestrante, empresária e desenvolve um trabalho voltado ao gerenciamento das emoções como suporte para um estado de saúde integral, abrangendo todas as dimensões do ser humano: física, mental, emocional e espiritual.