Policial Militar suspeito de tentativa de homicídio contra colega é preso em Fortaleza

Com John Lennon, a polícia encontrou ainda balança de precisão, drogas e mais de R$ 11 mil em espécie

Escrito por Redação , seguranca@svm.com.br
Entrada do Ministério Publico Estadual do Ceará
Legenda: O pedido de captura, que teve o parecer favorável do Ministério Público do Ceará (MPCE), se baseou no artigo 255 do Código de Processo Penal Militar (CPPM) para garantia da ordem pública
Foto: Thiago Gadelha

Um soldado lotado na 2ª Companhia do 8º Batalhão da Polícia Militar, no Meireles, em Fortaleza, teve a prisão preventiva decretada por uma série de delitos registrados no último dia 10 de maio. John Lennon Sousa Alves é suspeito de tentativa de homicídio contra um colega de farda, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e depósito de drogas ilícitas.  A captura foi determinada pela Vara da Auditoria Militar do Ceará e cumprida nessa quarta-feira (19).

Conforme a decisão judicial do dia 13 de maio, John Lennon teria atirado em direção a residência de um soldado (identidade preservada) morador do bairro Edson Queiroz. Fora do imóvel, a vítima encontrou no chão cinco estojos de calibre .40, usados na ação criminosa. Vizinhos o informaram que o autor dos tiros chegou em veículo Volkswagen de cor preta.

No mesmo dia, o PM registrou Boletim de Ocorrência (BO) no 33º DP. Em depoimento, ele mencionou que um cabo da PM, ex-namorado da atual companheira de John Lennon, mora próximo à sua residência. Para ele, os projéteis seriam direcionados ao imóvel do cabo.

Após o BO, uma equipe de inteligência da PM e do CPChoque fizeram diligências na casa de John Lennon, no bairro Jardim Icaraí, no Pacheco, em Caucaia. No local, foram apreendidos uma balança de precisão, R$ 11.212,25 em espécie e dinheiro trocado, além de três saquinhos  com drogas ilícitas e munições de calibres de uso restrito.

Além desses crimes, há um processo em trâmite na Vara Única do Júri da Comarca de Caucaia, em que o soldado é acusado de "homicídio simples" e "outros procedimentos".

Prisão cautelar

John Lennon compareceu de forma espontânea ao Plantão de Polícia Militar Judiciária, no Centro de Fortaleza, às 4h05 do dia 11 de maio. Acompanhado de um advogado, ele negou os crimes. O PM alegou que no momento dos disparos, estava na casa de sua sogra, alcoolizado e sem condições de se locomover.

Contudo, a e Polícia Judiciária Militar representou pela prisão cautelar do soldado, considerando o "fato delituoso e os indícios suficientes de autoria". 

O pedido de captura, que teve o parecer favorável do Ministério Público do Ceará (MPCE), se baseou no artigo 255 do Código de Processo Penal Militar (CPPM) para  garantia da ordem pública; a segurança da aplicação da lei penal militar e exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e disciplina militares.

“Constato a existência de provas dos fatos delituosos (cometimento, em tese, dos crimes de tentativa de homicídio, porte de arma/munição de uso restrito e ter em depósito drogas ilícitas) e de indícios suficientes de autoria, conforme preceitua o art. 254 do CPPM, com base nos estojos encontrados defronte ao imóvel da vítima e apresentados no 33ºDP”, destaca na decisão o juiz Roberto Soares Bulcão Coutinho.

O magistrado complementa que “há sérios riscos de que esse policial militar, em liberdade, continue a cometer crimes graves, ou sejam, delitos contra a vida e de tráfico de drogas ilícitas”. 

A audiência de custódia do soldado está marcada para esta sexta-feira (21). 

O Diário do Nordeste procurou a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) para saber se o militar responde a procedimentos administrativos. Em nota, o órgão informou que "determinou a instauração de processo disciplinar para devida apuração do fato na seara administrativa, estando este, atualmente, em trâmite.

A defesa do PM não foi localizada. 

 

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