PM suspeito de matar pai e filho no Eusébio tentou fugir e se desfazer de armas de fogo

O policial militar preso por suspeita de participação na morte de um pai e seu filho, no Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), na última sexta-feira (18), tentou fugir da Polícia, foi perseguido e acabou preso, na posse de farto armamento, dinheiro e roupas que podem ter sido utilizadas pelos criminosos no duplo homicídio.

O soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE) Paulo Roberto Rodrigues de Mendonça passou por audiência de custódia, na Justiça Estadual, na manhã deste sábado (19), e teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva.

A reportagem apurou que a suspeita recaiu sobre Paulo Roberto por uma motocicleta registrada no seu nome ter sido identificada como o veículo que transportava os dois criminosos que mataram a tiros Francisco Adriano da Silva, de 42 anos, e o seu filho, um adolescente de 13 anos.

Policiais civis e militares se deslocaram para o condomínio onde o PM mora, no bairro José Walter. Foi quando o suspeito saiu do residencial em um veículo Toyota Corolla e os agentes tentaram abordá-lo, mas Paulo fugiu.

Iniciou-se uma perseguição. As composições policiais emitiram sinais sonoros, luminosos e verbais para o motorista parar, mas não foram atendidas. O suspeito arremessou um embrulho para fora do veículo, policiais civis do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) pararam uma viatura para pegar o material, e o veículo policial colidiu com outra viatura, da Delegacia de Assuntos Internos (DAI), da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD).

Após alguns minutos de perseguição, o suspeito foi interceptado na Avenida B. Paulo Roberto Rodrigues de Mendonça saiu do veículo se apresentando como policial. Com ele, foram apreendidos uma pistola calibre 9mm (arma institucional da PMCE), R$ 4 mil em espécie e duas blusas pretas - que se assemelham com as roupas utilizadas pelos autores do duplo homicídio.

A equipe do DHPP conseguiu apreender o embrulho arremessado para fora do Corolla, que tinha mais duas armas de fogo, uma pistola Ponto 40 e uma pistola calibre 380, e munições. Na residência do suspeito, ainda foram apreendidas outra pistola Ponto 40, dois carregadores e um simulacro de arma de fogo. 

O PM negou participação no crime e alegou que trabalha também com o aluguel de motocicletas (entre elas a moto que teria sido utilizada no crime), mas acabou preso e autuado em flagrante por homicídio e porte ilegal de arma de fogo.

O advogado Kaio Castro, que representa a defesa do policial militar Paulo Roberto Rodrigues de Mendonça, afirma que o cliente "nega a autoria delitiva, bem como qualquer espécie de auxílio ao crime investigado". 

A defesa ainda destaca que "o auto de prisão em flagrante não é suficiente para uma análise pormenorizada das circunstâncias da investigação sigilosa, sendo mínimos os elementos até então colhidos e que tomará em breve as medidas judiciais cabíveis".

Como aconteceu o crime

Francisco Adriano da Silva e o filho de 13 anos estavam em um veículo que trafegava pela Avenida Cícero Sá, no Eusébio, quando foram alvejados por vários tiros e morreram no local, na manhã da última sexta-feira (18).

O pai levava o adolescente - que estava de farda - para a escola. Segundo testemunhas, dois homens em uma motocicleta passaram pelo veículo, dispararam vários tiros contra as vítimas e fugiram em seguida.