Seis acusados de participarem de uma chacina no Lagamar agora são réus na Justiça cearense. O crime aconteceu em fevereiro de 2022, tendo como vítimas: Cauê da Silva Paz, Yuri da Silva Souza, Airton da Silva Delfino e Eduardo Beserra do Nascimento. Juntos, os homens foram executados com 51 tiros, em um crime que, conforme as autoridades, foi motivado pela ruptura interna em uma facção.
Em junho do ano passado, o Ministério Público do Ceará (MPCE) pediu à Polícia mais diligências para decidir se apresentava ou não a denúncia. Dentre os pedidos estava a solicitação que os investigadores ouvissem João Bosco da Rocha, o 'João Presinha', "porque existia suspeita que ele participou do crime".
Meses depois, 'João Presinha' não foi ouvido e não há indicativos que o levassem a ser denunciado. A Polícia Civil apresentou relatório com os resultados das diligências no fim deste mês de janeiro e o MP ofereceu denúncia no último dia 15.
Em 17 de fevereiro, um dia antes da chacina completar um ano, a Justiça acolheu a acusação. Agora, são réus pelos homicídios: José Paulo Carneiro de Moraes, Claudeonor da Silva Nascimento, Denilson Martins Gadelha, Ítalo Hugo da Silva Cury, Paulo Victor Carneiro de Morais e Rafael Barros dos Reis.
VEJA QUEM SÃO ELES:
A juíza da 5ª Vara do Júri determinou a citação dos réus para que eles apresentem defesa.
ACUSAÇÃO
De acordo com o MPCE, a 'Chacina do Lagamar' tem relação com outros homicídios ocorridos em fevereiro de 2022, Áreas Integradas de Segurança 03, 07 e 10 "e representa o ápice de uma ruptura interna da Organização Criminosa "Guardiões do Estado" – GDE, cujo os membros dissidentes se aliaram à facção carioca autodenominada "Terceiro Comando Puro" – TCP, sem a anuência do restante da cúpula da Organização Criminosa local, GDE".
Um homem identificado como Bruno Felipe, o 'Boladão', teria ido ao Rio de Janeiro para selar uma aliança com a outra facção, o que desagradou o grupo criminoso local.
"O estopim para o ataque se deu pelo fato da vítima Yuri da Silva Sousa, o 'Testa' ter viajado para o estado do Rio de Janeiro, a fim de encontrar-se com Bruno Felipe. A atitude foi interpretada como de "leva e traz" pelos membros da GDE"
Agora, os seis réus respondem por homicídio com motivo torpe, uso de meio cruel e com recurso que dificultou a defesa das vítimas.