Trio de ciganos é preso após mortes

Após 17 anos, a Polícia Civil desvendou um crime que aterrorizou o município de Itapajé. Nessa quarta-feira (22), três integrantes de uma família cigana foram presos sob a suspeita da autoria de um duplo homicídio cometido na cidade, no mês de julho do ano 2000.

Francisco Augusto Costa, Francisco Gleyson Costa e Maria Ziulan da Costa foram capturados no distrito de Anajá, zona rural de Canindé, durante diligências da 'Operação Contra o Tempo'. De acordo com a Polícia Civil, o nome da operação é em alusão ao tempo de 20 anos levado para o crime de homicídio prescrever no Brasil.

Ontem, em coletiva de imprensa realizada no Complexo de Delegacias Especializadas (Code), no bairro de Fátima, o titular da Delegacia Municipal de Itapajé, André Firmino, explicou porque os suspeitos estiveram foragidos por tanto tempo. Segundo o delegado, os ciganos trocaram de residência diversas vezes e se utilizaram de nomes falsos para que não fossem encontrados.

"Foi difícil por eles serem nômades, o que já é uma prática cultural dos ciganos. Em cada localidade que chegavam usavam nomes falsos. Soubemos que eles estiveram em algumas regiões, como a de Baturité. Há 20 dias, quando assumi a delegacia de Itapajé, montei a operação para irmos atrás deles", afirmou Firmino.

O delegado conta que quando encontrado, o trio afirmou que não esperava mais que a Polícia os encontrasse. No refúgio dos suspeitos foram encontradas 28 unidades de munições. As mortes foram confessadas.

Discussão

Conforme a investigação, as vítimas Carlos César Barroso Magalhães e José Wilson Barroso Forte Júnior foram executadas devido a uma discussão com Gleyson Costa. A namorada de Carlos César teria sentado no capô de um carro da família de ciganos, o que teria irritado os suspeitos.

Além do trio, uma quarta pessoa teria participado dos homicídios. José Gomes da Costa, conhecido como 'Flávio Cigano', foi preso ainda no ano 2000.

No dia 24 de julho deste ano, 'Flávio Cigano' foi condenado pelo Conselho de Sentença do Tribunal do Júri da Comarca de Itapajé a 23 anos e quatro meses de prisão.