Um homem identificado como José Leonardo da Costa Damasceno, o Léo ou 'Gordim', de 20 anos, se apresentou à Polícia Civil do Ceará (PC-CE), nesta terça-feira (16), e foi preso, por suspeita de matar a técnica de enfermagem Maria Clara Barbosa Ramos, também de 20 anos, em Fortaleza. O corpo da vítima tinha 109 perfurações causadas por faca de cozinha.
"Sabendo que já tinha um mandado de prisão preventiva contra ele, o suspeito se apresentou à Delegacia, acompanhado do seu advogado. Estávamos à procura dele há 35 dias, quando fizemos as primeiras diligências e cumprimos mandados de busca e apreensão, inclusive no Interior do Estado", contou o titular da 10ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o delegado Ícaro Coelho, em entrevista ao Diário do Nordeste.
Ao ser interrogado no DHPP, Léo preferiu se manter em silêncio. A companheira dele, investigada por participação no crime, também não respondeu às perguntas dos investigadores, segundo o delegado.
"Tanto o José Leonardo quanto a companheira estiveram em uma festa na Serrinha e ofereceram uma carona para a Maria Clara. Lá no apartamento deles, na Paupina, não sabemos ao certo o que aconteceu. Mas o fato é que a vítima foi morta a facadas e o corpo foi encontrado na Ponte da Sabiaguaba", afirmou Ícaro.
Uma suspeita levantada pela Polícia era de que a jovem teria se negado a ter relações sexuais com o suspeito. Entretanto, existe a hipótese de que a companheira de Léo também tenha participado do crime. O DHPP tenta elucidar a motivação do crime no prazo de conclusão do Inquérito Policial, que é de 10 dias.
Vizinho do casal também é investigado
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa também investiga a participação do vizinho de José Leonardo da Costa Damasceno no crime. O homem teria ajudado o suspeito preso a retirar o cadáver de Maria Clara Barbosa Ramos da sua casa e ocultá-lo na Ponte da Sabiaguaba.
Em depoimento na Polícia Civil, ele confessou ocultar o corpo, mas disse que agiu sob coação e ameaça de Léo. Segundo o delegado Ícaro Coelho, o vizinho do principal suspeito tem colaborado com a investigação e forneceu o seu próprio material genético, por livre e espontânea vontade, para ser analisado.
Ícaro Coelho afirma que os suspeitos podem terminar indiciados pelos crimes de homicídio qualificado (por meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima) e ocultação de cadáver. Apenas José Leonardo tinha passagem pela Polícia, ainda quando adolescente, por ato infracional análogo ao crime de roubo.