Sete acusados por chacina na Cadeia de Itapajé são condenados a mais de 1.350 anos de prisão

Dez presos foram mortos durante um banho de sol da unidade penitenciária, devido a rivalidade entre facções criminosas

Sete acusados de participarem de uma chacina na Cadeia Pública de Itapajé, que deixou 10 mortos em janeiro de 2018, foram condenados a uma pena total que ultrapassa 1.350 anos de prisão, em julgamento realizado no Tribunal do Júri da Comarca de Itapajé, da Justiça Estadual.

O julgamento durou mais de 21 horas, iniciando-se às 8h30 do dia 18 de abril último e se encerrando às 18h30 de 19 de abril, segundo informações do Ministério Público do Ceará (MPCE), que foi representado no júri pelos promotores de Justiça Christiane Valéria Carneiro de Oliveira e Luís Bezerra Lima Neto.

Seis acusados foram condenados pela prática de dez homicídios triplamente qualificados (por motivo torpe, meio cruel e com recursos que dificultaram as defesas das vítimas). Já Murilo Borges de Araújo foi sentenciado pela prática de dez homicídios duplamente qualificado (por motivo torpe e com recursos que dificultaram as defesas das dez vítimas). O grupo deve responder inicialmente em regime fechado.

Confira as penas de cada acusado:

  • Alex Pinto Oliveira Rodrigues: 240 anos de prisão;
  • Artur Vaz Pereira, o “Sayamen”: 210 anos e 4 meses; 
  • Francisco das Chagas Sousa, o “Chicó”: 180 anos e 8 meses; 
  • Antônio Jonatan de Sousa Rodrigues, o “Zé Tronco”: 180 anos e 8 meses; 
  • Willian Alves do Nascimento, o “Batata”: 180 anos e 8 meses; 
  • Francisco Idson Lima de Sales, o “Idson”: 180 anos e 8 meses;
  • Murilo Borges de Araújo: 180 anos e 8 meses.

As vítimas do massacre foram identificadas como Francisco Elenilson de Sousa Braga (vulgo “Leleu”), Carlos Bruno Lopes Silva, Willian Aguiar da Silva, Manuel da Silva Viana (o “Pirrana”), Francisco Helder Mendes Miranda, Francisco Emanuel de Sousa Araújo, Caio Mendes Mesquita, Francisco Davi de Sousa Mesquita, Francisco Mateus da Costa Mendes e Alex Alan de Sousa Silva.

A Chacina da Cadeia Pública de Itapajé ocorreu no interior da unidade prisional, na manhã do dia 29 de janeiro de 2018, logo após as aberturas dos portões para o rotineiro banho de sol dos detentos. 

Conforme a acusação do MPCE, os denunciados, mediante ajuste prévio, com identidade de propósitos, tramaram uma emboscada contra membros de uma facção criminosa rival. Foram utilizadas duas armas de fogo e facas para acuar e matar as vítimas.