Policial acusada de assassinar advogada dentro de escritório tem júri adiado

A defesa da escrivã Regina Lúcia alega insanidade mental da acusada

Prestes a serem julgados no Tribunal do Júri, os réus pela morte da advogada Maria Danielle Ximenes tiveram a sessão adiada. O julgamento da policial civil Regina Lucia de Amorim Gomes, mandante do crime, e o executor Carlos Cley Rebouças Rocha agora tem nova data para acontecer.

Poucas horas antes da sessão ficou remarcada a data para 4 de dezembro de 2023. A defesa da escrivã Regina Lúcia já vinha tentando adiar o julgamento alegando insanidade mental da acusada e que ela está internada após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Já Carlos, estava previsto é que ele participasse da sessão de forma virtual, porque segue detido em uma unidade prisional em Manaus, onde nasceu.

Na tarde desta segunda-feira (6), a reportagem apurou que o réu mudou de penitenciária, mas isto não foi informado a tempo à Justiça, o que impossibilitou comunicação virtual. 

ACUSAÇÃO

O promotor Marcus Renan Palácio é quem representa o Ministério Público do Ceará (MPCE) na acusação. Já a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Secção Ceará estará como assistente de acusação no plenário.

De acordo com o advogado Márcio Vitor Meyer de Albuquerque, a expectativa é que os acusados "recebam pena máxima".

"É um caso que ocorreu há mais de 10 anos. Uma advogada assassinada de forma brutal, no exercício da profissão. Ela estava no escritório dela e sequer teve chance de defesa. A Ordem vai se fazer presente no Tribunal do Júri para que seja feita Justiça", conforme Márcio Vítor.

POR TRÁS DO CRIME

Conforme as investigações, a escrivã da Polícia Civil do Ceará conheceu Carlos Cley e o contratou para executar o crime.

Na manhã do dia 22 de junho de 2012, Danielle foi surpreendida por um homem que invadiu o escritório da vítima, localizado no bairro Cidade dos Funcionários e efetuou uma sequência de disparos de arma de fogo.

Regina Lúcia vinha considerando que Danielle a atrapalhava em processos que movia contra um homem que tinha se relacionado, por partilha de bens. Havia várias ações judiciais em que a escrivã requeria bens do ex-companheiro, com quem afirmava ter vivido maritalmente e que era representado pela advogada.

O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou Regina como mandante do crime e Carlos como o executor. A policial civil chegou a ser presa em novembro de 2012, mas foi solta em abril de 2013 pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), sob a alegação de que ela não representava nenhum risco à ordem pública. A escrivã sempre negou a participação no crime.