Polícia tem mais 90 dias para concluir inquérito sobre chacina

Investigação sobre a morte de seis homens no dia 3 de junho de 2017 havia sido concluída com dois indiciados, mas o Ministério Público pediu novas diligências. A solicitação do órgão foi aceita pela Justiça Estadual

As investigações em torno da Chacina do Porto das Dunas, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), ainda seguem em curso, mesmo após três anos e quatro meses do assassinato de seis homens, apontados como integrantes de uma facção criminosa. A Polícia Civil do Ceará (PCCE) afirma, em nota, que o Inquérito Policial foi concluído com dois indiciados. Mas o Ministério Público do Ceará (MPCE) pediu novas diligências sobre o caso, e a Justiça Estadual estabeleceu um prazo de três meses para o fim da apuração.

O Inquérito foi instaurado já no dia seguinte ao crime pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Até agora, 40 oitivas foram realizadas para chegar aos envolvidos no massacre. As investigações terminaram com o indiciamento de José Nailson Santos de Melo e Tiago Nogueira.

O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) informa, também em nota, que o MPCE "solicitou diversas diligências à Polícia, no sentido de carrear mais provas aos autos. Com isso, os pedidos são direcionados ao Judiciário para que o retorno seja deferido por meio de despachos".

O promotor de Justiça da Comarca de Aquiraz, Leonardo Gurgel Carlos Pires, foi o responsável pelo pedido feito à Justiça pela devolução do Inquérito à Polícia Civil. "Concordando com o pedido de novo prazo, devolvo-lhe os presentes autos para realização das diligências que entender necessárias no prazo de 90 dias para conclusão do inquérito e elaboração de relatório final", disse, no documento.

Somente depois da conclusão dos autos é que o Ministério Público deverá oferecer denúncia, podendo ou não ser aceita pela Justiça. Caso seja acolhida, "os autos também serão digitalizados para a tramitação virtual do processo", complementa o TJCE.

Barbárie

A Chacina do Portos das Dunas ocorreu no dia 3 de junho de 2017, por volta de 21h30. O massacre aconteceu em uma casa de veraneio no Município de Aquiraz, onde acontecia uma festa com cerca de 20 pessoas. Um grupo de 10 homens chegou ao local em dois veículos e disparou contra as vítimas

Seis delas não resistiram aos ferimentos no momento da ação criminosa. São eles: Klinsmann Menezes Cavalcante, de 26 anos; Fernando dos Anjos Rodrigues Júnior, 35; Davi Saraiva Benigno, 23; Nilo Barbosa de Souza Neto, 33; Matheus de Matos Costa Monteiro, 23, e Edmilson Magalhães Neto, 25. Os demais conseguiram escapar dos disparos ao pularem o muro do imóvel.

Trinta dias após a sequência de mortes, um outro suspeito de participar da barbárie foi identificado como João Guilherme da Silva, conhecido como 'Branquinho', de 22 anos. Entretanto, ele morreu antes mesmo de ser indiciado pelo crime em um suposto confronto com a Polícia na localidade de Tapera, também em Aquiraz, no dia 8 de junho de 2017.