Polícia investiga qual a motivação dos ataques criminosos contra policiais militares em Fortaleza

Um soldado da Polícia Militar foi assassinado a tiros e um PM da Reserva Remunerada foi agredido por criminosos dentro da sua casa

Um policial militar assassinado e outro PM agredido, a poucos metros de distância e em um curto intervalo de tempo de diferença, em Fortaleza. A proximidade dos crimes levantou muitas suspeitas e rumores. A Polícia Civil do Ceará (PCCE) investiga se há relação entre os dois casos, como também qual a motivação e a autoria das ações criminosas.

O soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE) Bruno Lopes Marques, de 27 anos, foi assassinado a tiros, no bairro Carlito Pamplona, enquanto estava de folga em um bar, na noite da última segunda-feira (12).

Poucas horas depois, criminosos invadiram a residência de um policial militar da Reserva Remunerada, no bairro Pirambu, e o agrediram. A PMCE afirmou, em nota, que "quatro homens teriam agredido o militar por suposto envolvimento do neto dele com grupo criminoso. Os suspeitos teriam ameaçado o neto da vítima de morte".

Questionado se os dois casos têm relação, o titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), Samuel Elânio, afirmou, na última quarta-feira (14), que, "a princípio, não tem relação nenhuma um fato com o outro. Só saberemos nas investigações, mas, via de regra, não tem nenhuma relação levantada pelas inteligências".

A reportagem apurou, com fonte da SSPDS que não quis se identificar, que a Polícia Civil investiga a possibilidade dos crimes contra os policiais terem relação com a morte do chefe de uma facção carioca, Fábio de Almeida Maia, o 'Biu', em uma operação policial no Rio de Janeiro, no último dia 31 de janeiro. Uma fonte do Ministério Público do Ceará (MPCE) que investiga organizações criminosas contou que uma camisa com o rosto de 'Biu' foi encontrada no local do crime. 

No dia seguinte à morte, a organização criminosa ameaçou comerciantes e moradores do Pirambu e adjacências, para não abrirem portas do comércio nem fazerem celebrações. Agora, a suspeita é de que a mesma facção tenha impedido que policiais morem na região.

Mas Samuel Elânio afirma que essas informações "são rumores". "Não trabalhamos com rumores. Trabalhamos de forma técnica. A Inteligência da SSPDS e das polícias têm trabalhado essa informação. Não tem nada que aponte para situação A, B, ou C. Não tem nada que aponte ainda qual seria a motivação. Qualquer comentário nesse sentido seria prematuro quiçá irresponsável, inclusive se tratando da morte de um policial militar. A gente tem que tratar com cuidado e cautela, e no momento oportuno as forças de segurança do Estado do Ceará darão uma resposta à altura", completa.

Reforço na segurança da região

A morte do soldado e a agressão ao outro militar levaram a Polícia Militar a reforçar o policiamento na região onde aconteceram os crimes. "Desde o momento que tomamos conhecimento nós deslocamos uma tropa mais forte ainda para aquela região do Carlito Pamplona e Pirambu. Inclusive as inteligências, de forma que a resposta será dada", revela o comandante-geral da PMCE, coronel Klênio Savyo Nascimento de Sousa.

Lamentavelmente o fato ocorrido com o soldado Marques, nós estamos muitos fortes para dar uma resposta devida, orientados também pelo nosso governador e pelo nosso secretário. Nós não admitimos isso aqui no nosso Estado e vamos atuar mais forte ainda. Estamos aqui para servir a sociedade cearense, e nenhum ato fora da normalidade iremos admitir, como isso que aconteceu com nosso policial militar."
Klênio Savyo Nascimento de Sousa
Comandante da Polícia Militar do Ceará

O secretário Samuel Elânio corrobora: "Queria me solidarizar com o falecimento do policia militar Bruno Lopes Marques, que foi assassinado. Estivemos presentes no velório e no enterro prestando todo apoio a família, e nos comprometemos que vamos dar uma resposta à altura. Mais uma vez, diante dos trabalhos das Forças de Segurança, vamos conseguir dar uma resposta para essa situação, não só no caso do policial Bruno, mas em qualquer outra situação que venha atingir a população ou as forças de segurança".