A Polícia Civil do Ceará (PC-CE) chegou à quadrilha suspeita de matar dois motoristas de aplicativo e à localização dos corpos das vítimas, na Região do Cariri, a partir de um e-mail cadastrado na plataforma de corridas, utilizado pelos criminosos para pedir os carros e cometer os latrocínios. Seis suspeitos foram indiciados por participação nos crimes.
A investigação policial começou após a esposa do motorista José Renato Pereira dos Santos, de 36 anos, procurar a Polícia Civil para registrar um Boletim de Ocorrência (BO) sobre o desaparecimento do marido, no Município de Barbalha, no dia 29 de março deste ano. Ele havia saído de manhã para trabalhar. E, à tarde, ela e outras pessoas receberam mensagens de José Renato pedindo dinheiro.
Conforme documentos obtidos pelo Diário do Nordeste, a PC-CE solicitou informações à empresa de corridas por aplicativo, que forneceu os dados cadastrais e o itinerário da última corrida do motorista. A passageira era uma mulher, mas o e-mail tinha o nome de um homem.
Ao descobrirem o número do aparelho celular da mulher, os investigadores pediram informações à operadora de telefonia, que revelou que o novo chip estava ativo apenas desde 17 de março deste ano e que, antes disso, o celular era utilizado por um homem, com o mesmo e-mail usado pela mulher para fazer a conta no aplicativo de corridas. Foi assim que a equipe da Delegacia Regional de Juazeiro do Norte chegou a Wesley Wilkinson Anjos dos Santos, de 25 anos.
Motorista estava desaparecido há três semanas
Wesley Wilkinson já era investigado em um possível crime contra a vida de outro motorista de aplicativo de Barbalha, Francinildo Antônio de Paiva de Oliveira, 48, que estava desaparecido desde o dia 8 de março do ano corrente.
No dia 3 de abril deste ano, a Polícia Civil conseguiu cumprir um mandado de prisão preventiva contra Wesley, em uma residência no bairro Bela Vista, em Barbalha. No mesmo dia, na zona rural de Barbalha, foi preso o seu comparsa nos crimes, Álisson Barbosa da Silva, 27.
A dupla confessou os latrocínios e apontou a localização dos corpos dos motoristas de aplicativo. José Renato dos Santos foi encontrado amarrado em um local de mata fechada, na Serra do Araripe, no Município de Jardim. Próximo estava a ossada que seria de Francinildo Antônio de Oliveira. Os suspeitos também revelaram a localização do veículo roubado de José Renato, que estava na zona rural de Barbalha.
De acordo com a investigação, após matarem os motoristas de aplicativo, os suspeitos se apossaram dos seus automóveis e aparelhos celulares, dos quais se aproveitaram para se passarem pelas vítimas e pedirem dinheiro de familiares e amigos. Um amigo de José Renato chegou a transferir R$ 800.
Quadrilha foi comemorar crime em motel
Segundo a Polícia Civil, Wesley Wilkinson e Álisson da Silva foram comemorar a ação criminosa, que vitimou Renato, em um quarto de motel, com três mulheres, na noite de 29 de março. Heloísa de Sousa Rocha Sá, Hemylli de Souza Queiroz e Maria de Loures de Oliveira também foram indiciadas pelos crimes.
A sexta pessoa indiciada no Inquérito Policial é Thais da Conceição Nascimento, que emprestou o nome para Wesley Wilkinson utilizar no cadastro do chip que chamou o motorista José Renato.
A Delegacia Regional de Juazeiro do Norte pediu à Vara Única da Comarca de Jardim, da Justiça Estadual, pela prisão preventiva das quatro mulheres, que estão em liberdade.
Confira por quais crimes os suspeitos foram indiciados:
- Wesley Wilkinson Anjos dos Santos: latrocínio, ocultação de cadáver, furto mediante fraude e associação criminosa;
- Álisson Barbosa da Silva: latrocínio, ocultação de cadáver, furto mediante fraude e associação criminosa;
- Heloísa de Sousa Rocha Sá: latrocínio, furto mediante fraude e associação criminosa;
- Hemylli de Souza Queiroz: latrocínio, furto mediante fraude e associação criminosa;
- Maria de Loures de Oliveira: latrocínio, furto mediante fraude e associação criminosa;
- Thais da Conceição Nascimento: latrocínio, furto mediante fraude e associação criminosa.