Um policial militar do Ceará, preso em flagrante em uma operação da Polícia Federal (PF) contra uma milícia, foi solto após pagar fiança de R$ 5,2 mil, na última sexta-feira (14). O servidor estadual é suspeito de dar esconderijo para um pistoleiro, apontado como partícipe de mais de 30 homicídios.
Conforme documentos obtidos pelo Diário do Nordeste, policiais federais cumpriram um mandado de busca e apreensão na residência do soldado José Horlandio Dantas Moreira, da Polícia Militar do Ceará (PMCE), no Município de Crato, na Região do Cariri, na deflgração da Operação Metástase, na manhã da última quarta-feira (12).
O objetivo da equipe policial, no imóvel, era também cumprir um mandado de prisão contra o pistoleiro Ewerton Pablo de Souza, que estaria escondido no local. Mas ele não foi localizado.
Na residência, foi apreendido um revólver calibre 22, que não pertencia ao soldado José Horlandio. Outras duas armas de fogo (pistolas calibre Ponto 40) foram encontradas no imóvel, mas estavam registradas no nome do militar - sendo uma delas pertencente à Polícia Militar. O PM recebeu voz de prisão em flagrante.
No mesmo dia da Operação, a Polícia Federal indiciou José Horlandio Dantas Moreira pelo crime de posse ilegal de arma de fogo, mas arbitrou fiança para o suspeito ser solto, no valor de 4 salários mínimos - o que totaliza R$ 5.208. O pagamento foi efetuado na última sexta (14).
Apesar da fiança, a PF considerou, em um Despacho remetido à Justiça Estadual, a "periculosidade do autuado, que se encontra diretamente relacionado com pessoas investigadas no âmbito da Metástase, que versa sobre organização criminosa (grupo de extermínio - milícia)".
Alvos da Operação Metástase
Dois policiais militares do Ceará estão foram alvos da Operação Metástase, deflagrada pela Polícia Federal na última quarta-feira (12) com o intuito de desarticular um esquema de milícia e grupo de extermínio atuante no Nordeste. A PF cumpriu 16 mandados de prisão temporária e 17 mandados de busca e apreensão.
O soldado José Horlandio Dantas Moreira foi preso em flagrante, na posse ilegal de uma arma de fogo. Já o soldado Fellipe Henrique da Silva Santos foi alvo de um mandado de prisão temporária. Também foi detido, na Operação, um vereador por Parnamirim, no Pernambuco, identificado como Aurélio França.
Os dois PMs do Ceará já tinham antecedentes criminais. José Horlandio é réu na Justiça cearense por extorsão e incêndio criminoso, enquanto Fellipe responde por disparo em via pública.
Outro alvo da Operação, Ewerton Pablo de Souza já havia sido preso no Ceará, em 2016, por suspeita de matar um policial civil de Pernambuco. À época, a polícia cearense divulgou que ele era apontado como partícipe em mais de 30 homicídios - entre as vítimas estariam também um agente penitenciário e um primo dele.