A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD) abriu investigação administrativa contra um soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE) suspeito de entrar armado em um gramado de um estádio de futebol, em outro estado. A portaria foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) da última quinta-feira (16).
Conforme a publicação, o PM "é acusado de entrar na área do gramado do Estádio Arena das Dunas, em Natal-RN, utilizando um colete da imprensa para conseguir esse intento, além de portar uma arma de fogo".
A portaria afirma que o caso aconteceu na tarde de 23 de fevereiro deste ano, em Natal, capital do Rio Grande do Norte. Entretanto, não aconteceu jogo na Arena das Dunas neste dia. A reportagem procurou a assessoria de comunicação da CGD, que informou que o PM foi flagrado armado no jogo América-RN 3 x 0 Baraúnas - que aconteceu no dia 25 de fevereiro último (dois dias depois do que foi informado no Diário Oficial) - e que a comunicação que chegou da Polícia Militar do Rio Grande do Norte datava de 23 de fevereiro.
A Controladoria Geral de Disciplina considerou que o policial militar é suspeito de cometer transgressões disciplinares previstas no Código Disciplinar da Polícia Militar do Ceará e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará.
No mesmo Diário Oficial, a CGD abriu Sindicância Disciplinar contra outro soldado da Polícia Militar, suspeito de ameaçar com emprego de arma de fogo uma pessoa portadora de transtorno autista (TEA), que teria soltado bombas próximo à casa do PM, no bairro Vila Manoel Sátiro, em Fortaleza, no dia 31 de dezembro de 2022.
Discussão de trânsito e conflito de versões
Já um inspetor da Polícia Civil do Ceará (PCCE) é alvo de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) por suspeita de agir junto de um policial militar e um médico, para agredir um homem com quem tiveram uma discussão de trânsito, na localidade de Guabiraba, no Município de Maranguape, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), em 29 de abril de 2021.
Na publicação, a CGD descreve que os policiais chegaram a afirmar que apreenderam um revólver com o motorista do outro carro, que teria fugido em seguida. A arma foi apresentada à Delegacia Municipal de Maracanaú, que abriu um Inquérito Policial para apurar o caso.
Entretanto, o motorista do outro veículo foi questionado pela Polícia e contou outra versão. Ele afirmou que não tinha arma de fogo e que foi espancado pelos outros três homens, após a discussão de trânsito. As lesões corporais foram constatadas em exame pericial.
Ao serem reinquiridos, o policial militar e o médico mudaram a versão e disseram, desta vez, que a arma de fogo apreendida tinha sido abandonada na estrada. Segundo a portaria da Controladoria, os dois homens e o policial civil "apresentavam sintomas de embriaguez, e que teriam tido um comportamento inadequado, enquanto aguardavam a avaliação dos fatos pela autoridade policial, pois falavam em tom alterado, sendo imperioso contê-los".