PM captura suspeito do crime

Após 13 horas de intensa investigação, policiais prenderam o acusado de violentar e matar uma menina.

“Monstro! Assassino! Mata!”. Esses eram os gritos da multidão que se acotovelava em frente ao 7º Distrito Policial (Pirambu), na Rua Marcílio Dias, enquanto aguardava chegada do desempregado Messias Manoel Feitosa, 20 anos. Ele é o réu-confesso de violentar e assassinar a pequena Jenifer Lima do Nascimento, sete anos. Preso no bairro Presidente Kennedy, ele chegou àquela distrital sob forte escolta policial, comandada pelo coronel Carlos Alberto Serra, do Comando de Policiamento da Capital (CPC).

Além dos militares, lá estavam vários delegados, entre eles Romério Moreira de Almeida, do 34º Distrito (Centro), e Francisco Braguinha, do 1º DP (Monte Castelo). Messias foi autuado em flagrante como autor de homicídio duplamente qualficado por motivo torpe (vingança) e crueldade, e estupro, com a agravante de terem sido praticados contra criança.

Investigar

Tão logo tomou conhecimento do crime, o comandante do CPC adotou providências no sentido identificar e prender o autor do bárbaro crime. Mesmo de férias o soldado Valmir, por conhecer a criança, se empenhou no trabalho. Esteve no velório da pequena Jenifer, onde a consternação e revolta se misturavam.

Em determinado momento, ele recebeu uma informação e procurou conversar com Messias, presente ao velório. O desempregado relutou, mas o acompanhou até o local do crime. Nervoso, Messias, cuja camisa estava suja sangue, assumiu a autoria do crime.

“Eu a matei com raiva da irmã dela, de 16 anos. Éramos namorados, no entanto, há dois meses, ele me deixou. Tentei voltar,mas não consegui. Por isso, fui ao Projeto Semente do Amor, peguei a Jenifer e a levei para comer pipoca e tomar suco. Depois a violentei e a matei”, confessou Messias.

CIDRACK RATTS
Repórter

FIQUE POR DENTRO
Caso é o 282º, desde o ano passado, no Ceará

Jenifer Lima do Nascimento entra para uma triste estatística no Estado do Ceará, o de crianças e adolescentes vítimas de violência e abuso sexual. Segundo o Núcleo Estadual de Enfrentamento à Violência Contra Crianças e Adolescentes, ela passa a ser o número 282, desde o ano passado, das que sofreram esse tipo de violência, sem contar o total daquelas que sofreram algum tipo de violência física, 991. Somando-se os casos que envolvem exploração sexual, violência psicológica, negligência familiar e outras, como rapto e abandono, o total de registros de denúncias e acompanhamentos de violência contra crianças e adolescentes, em 2006, chegou a 3.686.

De acordo com um estudo coordenado pelo Centro de Estudos Sociais Aplicados da Universidade Estadual do Ceará (Uece), 50,8% dos abusadores são pessoas que estão inseridas no seio familiar da vítima, e 100% são do sexo masculino. Já quanto as vítimas, 94% são do sexo feminino. A pesquisa da Uece, realizada durante todo o ano de 2004, abrangeu 22 municípios cearenses, incluindo Fortaleza e os que compõem a sua Região Metropolitana.

O serviço Disque-Denúncia exclusivo para casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes atende através do telefone 0800-990500.