Um homem apontado como operador logístico de uma organização criminosa atuante no Ceará, liderada por familiares do número 1 da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o 'Marcola', foi preso no bairro Aerolândia, em Fortaleza. Ele era o último alvo da Operação Primma Migratio foragido. 22 investigados foram denunciados pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) e viraram réus na Justiça Estadual.
O mandado de prisão preventiva contra Marcelo Anderson Alves da Silva, de 39 anos, foi cumprido na Rua Capitão Clóvis Maia, quando ele trafegava de motocicleta, na manhã do último dia 12 de julho. O suspeito não esboçou reação.
A prisão foi realizada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Polícia Civil do Ceará (PCCE), com apoio da Coordenadoria Integrada de Planejamento Operacional (Copol), da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS).
A reportagem apurou que Marcelo Anderson atuava como um operador logístico da organização criminosa. O acusado era um dos responsáveis pelo transporte de materiais e de dinheiro e também pelo reparo de maquinetas do jogo do bicho - utilizado para a lavagem de dinheiro da facção paulista no Ceará.
A investigação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) apontou que Marcelo integrava o "núcleo de segurança e transporte" da quadrilha, que era comandada por dois policiais militares: um tenente da Reserva Remunerada da Polícia Militar do Ceará (PMCE), Robério Nunes de Sousa; e um subtenente da Ativa, Francisco Julienio Lima Vasconcelos. Os PMs organizavam a logística e a segurança da loteria que promovia o jogo do bicho.
Familiares de Marcola e PMs réus
Familiares do número 1 da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o 'Marcola', de 56 anos, e policiais militares do Ceará viraram réus na Justiça Estadual por integrarem uma organização criminosa ligada ao jogo do bicho e à lavagem de dinheiro da facção, no Ceará. O grupo foi alvo da Operação 'Primma Migratio', da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), em abril deste ano.
Conforme documentos obtidos pelo Diário do Nordeste, a Vara de Delitos de Organizações Criminosas recebeu a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) na íntegra contra 22 investigados, pelo crime de organização criminosa, no último dia 4 de julho. Os acusados seguem presos, há mais de dois meses.
Entre os réus na ação penal, estão Francisca Alves da Silva, conhecida como 'Pretinha', esposa de Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, o 'Marcolinha', e cunhada de 'Marcola'; e Leonardo Alexander Ribeiro Herbas Camacho, filho de 'Marcolinha' e sobrinho de 'Marcola'. Os irmãos 'Marcola' e 'Marcolinha' estão presos no Presídio Federal de Segurança Máxima de Brasília.
Também viraram réus dois integrantes da Polícia Militar do Ceará (PMCE): um tenente da Reserva Remunerada, Robério Nunes de Sousa; e um subtenente da Ativa, Francisco Julienio Lima Vasconcelos.
Os outros 18 réus são: Geomá Pereira de Almeida, Maria Aldenia de Lima, Menesclau de Araújo Souza Júnior, Dayanne Vitória de Freitas Silva, Marcelo Anderson Alves da Silva, Edijakson Fernandes de Araujo Junior, Ricardo Andrade Ferreira, Cintia Chaves Gonçalves, Renato Ramos, Levy Sousa Paixão, Matheus Victor Saboia Moreira, Edglei da Silva Lima, Francisco Erivaldo Carvalho Moreira, Paulo Monteiro da Silva, Henrique Abraao Goncalves da Silva, Pedro Coelho da Silva Júnior, José Cléber Almeida Sampaio e Cristian Souza Sampaio.
Segundo as investigações da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado, a organização criminosa voltada para realizar lavagem de dinheiro do PCC no Ceará era liderada por Francisca Alves da Silva, que é cearense. Ela foi presa com a deflagração da Operação Primma Migratio, no último dia 24 de abril, em um condomínio de luxo no Arujá, em São Paulo.
Para comandar o jogo do bicho e a lavagem de dinheiro da facção no Ceará, 'Pretinha' dividia as decisões do esquema criminoso com dois homens, que também viraram réus na Justiça: o cearense Geomá Pereira de Almeida ficou conhecido dentro do PCC como um especialista na estrutura dos jogos de azar, que voltou de São Paulo para o Ceará para liderar o jogo do bicho da facção; enquanto Menesclau de Araújo Souza Júnior era responsável por coordenar a estrutura de lavagem de dinheiro da quadrilha, com a compra de bens luxuosos e com o uso de uma loteria em Fortaleza, segundo as investigações.
A Ficco é composta pela Polícia Federal, Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), Polícia Militar do Ceará (PMCE), Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN), Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) e Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado do Ceará (SAP).