Novas pistas podem mudar rumo do caso

A Polícia Civil começa a trabalhar com nova linha de investigação no caso da morte da comerciária Lidiana Severo de Oliveira, 32, cujo corpo foi encontrado dentro de seu carro, na última terça-feira (11), na localidade de Tabuleiro Grande, em Caucaia.

No primeiro momento, os policiais se debruçaram sobre a versão do acusado, Ricardo do Nascimento Alcântara, 40, preso um dia depois do assassinato. Ele confessou que havia sido contratado pela vítima para matá-la, em troca de R$ 500,00 e um notebook. Ontem, o surgimento de duas informações, fez mudar completamente o rumo das investigações.

De acordo com o delegado Andrade Júnior, diretor da Divisão Anti-Seqüestro (DAS) da Polícia Civil, um dos fatos que fizeram com que a versão apresentada pelo acusado ganhasse um nova conotação foi uma perícia no telefone celular da vítima. No dia de sua morte, Lidiana recebeu várias mensagens ameaçadoras. Em seguida, surgiu a descoberta de que a numeração da arma do crime pode ter sido adulterada deliberadamente, para atrapalhar as investigações.

Sobre as ameaças sofridas por Lidiana no dia de sua morte, Andrade Júnior salientou que a identidade da pessoa que enviou as mensagens para o celular da vítima será descoberta com a quebra do sigilo telefônico de Lidiana, que já foi solicitada à Justiça. “Em uma das mensagens, a pessoa diz que vai pegá-la onde ela estiver. Isso aponta para um outro viés, no qual tudo pode ter sido criado em cima de uma situação onde Lidiana teria procurado a própria morte. Quando, na verdade, alguém podia ter interesse na morte dela. Se isso for comprovado, vamos buscar o fato motivador”, explicou.

Para complicar ainda mais a já misteriosa trama policial que envolve o caso, o suposto dono da arma do crime, conforme os registros da Polícia Federal, foi convocado e compareceu à DAS, durante o dia de ontem. Para surpresa dos policiais, ele apresentou outra arma, com os mesmos números da apreendida com o acusado. “Se não houve um erro de fabricação, a arma que foi apreendida teve a numeração adulterada”.

Surpresa

Para o delegado, se for confirmada a fraude no que diz respeito à numeração de série do revólver, ficará comprovado que a pessoa que fez a adulteração queria se eximir de qualquer responsabilidade pelo crime e pode ter planejado toda a trama que culminou na morte de Lidiana.

Andrade Júnior afirmou que a investigação avançou após a prisão do acusado e agora, o objetivo da Polícia é elucidar totalmente o crime.