Vítima de crime de lesão corporal dolosa no âmbito de violência doméstica e familiar, Fernanda Coelho, de 26 anos, conta que viveu momentos intermináveis de horror no apartamento do ex-namorado, na madrugada do último dia 23 de janeiro, em Barbalha, Interior do Ceará. Ela detalhou as agressões e chegou a publicar fotos dos seus hematomas nas redes sociais.
O homem, segundo ela, a teria agredido durante cerca de quatro horas ininterruptas. "Ele começou a me agredir por volta de uma a duas da manhã e veio parar às cinco", diz a vítima, que residia, até então, em Juazeiro do Norte, mas é natural de Petrolina, em Pernambuco.
Ciúme teria motivado a agressão
A agressão ocorreu após Fernanda contar ao ex que outro homem havia mandando uma mensagem para ela, demonstrando interesse em um envolvimento amoroso. A mensagem, contudo, foi enviada em um período - dentre outros vários - em que o relacionamento estava terminado.
"Ele ficou chateado, furioso na verdade, por ele [outro homem] ter mandado a mensagem e eu não ter dito antes. Ele tentou ir atrás do cara pra matar. De fato, ele foi armado, só que quando chegou lá no local de trabalho do rapaz ele não estava".
Para evitar o homicídio e a consequente prisão do ex, Fernanda decidiu alertar o suposto pretendente. "Foi daí que ele [ex] começou as agressões: tentou quebrar meu celular, me deu chutes, murros e também teve algumas vezes que ele puxou pelo meu cabelo pra me derrubar no chão. Por fim, ele me jogou na cama dele e tentou me asfixiar com a almofada, com o travesseiro, só que logo também desistiu e aí pegou pelas mãos mesmo, tentando me enforcar".
Um funcionário do empresário, relata a vítima, testemunhou toda a agressão, mas se manteve omisso. Ele interveio somente no momento em que viu que o patrão poderia matá-la estrangulada.
Mesmo após horas de agressão, Fernanda conta que ainda levou um murro na boca e foi ameaçada de morte, por mais de uma vez, caso acionasse a polícia. "Ele disse que, se eu fizesse Boletim de Ocorrência, ele me matava e que ele não tinha medo do meu pai e do meu irmão".
Agressões psicológicas
Fernanda e o ex começaram a namorar em junho de 2021. Porém, cerca de dois meses depois, ela já passou a ser alvo de agressões psicológicas.
Após descobrir traições e de muitas idas e vindas, a vítima decidiu terminar o namoro em dezembro, mas acabou sendo convencida pelo ex a reatar, em janeiro deste ano.
Embora tenha bloqueado o contato no WhatsApp e no celular após a agressão, Fernanda diz que o ex-namorado ainda tentou falar com ela pelo Instagram. Após ser bloqueado novamente, fez contato pelo Instagram do funcionário para sensibilizá-la a não denunciar o caso e manter o relacionamento.
Justiça
Apesar do medo e do pedido de amigos e familiares do agressor para que ela não registrasse o Boletim de Ocorrência, Fernanda não recuou.
Ela afirma que decidiu denunciar as agressões após ser encorajada por parentes e amigos. Descontente pelo fato de a polícia não decretar a prisão em flagrante do autor, a vítima nutre a esperança de que ele seja, pelo menos, preso preventivamente e responda na Justiça pelo que fez.
"Todos me deram muito apoio pra que eu tivesse coragem de fazer isso [denúncia]. E também eu pensei que eu poderia obter alguma justiça, lembrando do que aconteceu com a Pâmella Holanda, que ela conseguiu que ele [DJ Ivis] fosse preso preventivamente".
Pamella Holanda manteve relacionamento com DJ Ivis por quatro anos. Durante este tempo, ela relatou ter sofrido várias agressões físicas e psicológicas por parte do cantor, inclusive durante a gravidez.