Membro da facção Comando Vermelho no Ceará conhecido como 'Sequestro' é condenado à prisão

O réu era especializado em sequestrar rivais. Outro homem também foi condenado, com uma pena menor. Enquanto um terceiro acusado foi absolvido

Um integrante da facção criminosa Comando Vermelho (CV) no Ceará, conhecido como 'Sequestro' - em razão de ser especializado em sequestrar rivais - foi condenado à prisão pela Justiça Estadual, pelo cometimento de vários crimes. Outro réu no processo também foi condenado, com uma pena menor. Enquanto um terceiro acusado foi absolvido.

A sentença foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) da última sexta-feira (26). A Vara de Delitos de Organizações Criminosas condenou Francisco Cassiano da Silva Araújo, o 'Sequestro', a 23 anos e 11 meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, posse irregular de arma de fogo de uso permitido e comércio ilegal de arma de fogo; e o absolveu do crime de associação criminosa. 

Francisco dos Santos Júnior, conhecido como 'Taz', foi condenado a apenas 1 ano de detenção, pelo crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido. O juiz substituiu a pena privativa de liberdade por uma punição restritiva de direito, que no caso foi a prestação de serviço à comunidade. Um terceiro acusado foi absolvido do crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido.

Segundo a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), o trio foi preso em flagrante pela Polícia Militar do Ceará (PMCE), no dia 18 de novembro de 2020, "portando armas e munições de fogo de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar".

"Francisco Cassiano da Silva Araújo também foi flagranteado guardando e fornecendo drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, e integrando, pessoalmente, a organização criminosa Comando Vermelho (CV)", acrescentou o MPCE.

Na residência de Francisco Cassiano, foram apreendidas três armas de fogo (sendo um revólver calibre 38, uma pistola calibre 380 e uma arma calibre 12), diversas munições, peças para a fabricação de armas caseiras, 362 gramas de maconha, 8,5 gramas de cocaína e balança de precisão.

Origem do apelido 'Sequestro'

O aprofundamento das investigações da Polícia Civil do Ceará (PCCE) descobriu que Francisco Cassiano tinha o apelido de 'Sequestro' na facção criminosa carioca. Ele atuava no bairro Genibaú, em Fortaleza, e no Município de Chorozinho.

'Sequestro' tinha a especialidade de sequestrar membros da facção rival Guardiões do Estado (GDE), segundo a denúncia do Ministério Público do Ceará. Algumas das vítimas acabavam mortas.

A defesa de Francisco Cassiano da Silva Araújo sustentou, nos Memoriais Finais do processo, que "não há prova concreta de que o denunciado concorreu de algum modo para a prática delituosa descrita no art.2º da Lei 12.850/13 (organização criminosa), tampouco no delito do Estatuto do Desarmamento, e que, nesse caso, é aplicado o princípio do Direito Penal, do in dubio ao reo, pois na dúvida é melhor absolver um suposto 'culpado' do que condenar um inocente".

Já a defesa de Francisco dos Santos Júnior pediu a sua absolvição à Justiça Estadual em razão de ele ter confessado espontaneamente a posse de armas de fogo e da menoridade penal relativa - já que ele tinha apenas 18 anos quando foi preso.