Carlos Alberto Queiroz, o ‘Bebeto do Choró’, foragido da Justiça, teria contado com a ajuda de um tenente da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) do Ceará para colocar em prática o suposto esquema de compra e venda de votos nas Eleições 2024.
O relatório da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) feito a partir de uma investigação da Polícia Federal traz prints de conversas no Whatsapp entre o político e um tenente, de nome preservado pela reportagem por ainda ser apenas investigado no âmbito administrativo. Em uma das conversas, o tenente diz a ‘Bebeto’ que estará na coordenação no Sertão Central de 24 de setembro a 7 de outubro de 2024 (período que engloba a votação das eleições) e que afastou o PM dos plantões na região.
Na nota do analista da Ficco que acompanhou as conversas é destacado uma “relação suspeita com a PRE”. “Bebeto conversa com o tenente sobre temas relacionados à política e à própria atuação da PRE, com troca perigosa e suspeita de favores, envolvendo Cleidiane, irmã de Bebeto”, conforme trecho do documento que o Diário do Nordeste teve acesso.
A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e do Sistema Penitenciário (CGD) disse, por nota, que instaurou processo disciplinar para apurar os fatos contra o PRE, no âmbito administrativo e ressaltou “que o Inquérito Policial está sob a responsabilidade da Polícia Federal”. A PRE também foi procurada, mas não comentou o caso.
VEJA PRINTS DAS CONVERSAS
Em uma das conversas, Bebeto agradece ao PRE “por todo o apoio” e diz “até o dia 6… a eleição é nossa…”
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INVESTIGAÇÃO
O prefeito eleito de Choró, Bebeto Queiroz chegou a ser preso, pela Polícia Federal (PF), no fim de 2024. Ele é suspeito de liderar esquema criminoso compra de votos em dezenas de municípios cearenses.
Durante a investigação, a Polícia Federal também colheu indícios de que um tenente da Polícia Militar do Ceará (PMCE) cometeu crimes no exercício da função. As informações foram enviadas para a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), para investigar o caso.
Bebeto Queiroz chegou a ser preso temporariamente no dia 23 de novembro último, mas foi solto com o término do mandado de prisão. Na ocasião, ele era alvo da Operação Ad Manus, realizada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), Polícia Civil do Ceará (PCCE) e Polícia Federal (PF) para combater irregularidades em contratos públicos do Município de Choró.