Grupo suspeito de fraudar licitações em mais de 20 municípios cearenses é alvo de operação

Agentes públicos e empresários estão entre os investigados pelo Ministério Público

O Ministério Público do Ceará (MPCE) deflagrou uma operação, nesta terça-feira (12), contra uma suposta organização criminosa suspeita de fraudar R$ 180 milhões em licitações em 21 municípios cearenses (veja lista abaixo).

Sob coordenação do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), a Operação Fagos cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão, no Ceará e no Piauí.

Agentes públicos e empresários estão entre os investigados, apontou o MPCE. Ao todo, três mandados de prisão preventiva foram cumpridos, enquanto outros dois alvos estão foragidos. Nenhum prefeito foi apontado como parte do esquema.

O promotor de Justiça Breno Rangel, que apresentou parte da operação em coletiva nesta terça-feira (12), explicou como se deu início das investigações e as primeiras descobertas sobre o caso.

"A gente teve acesso a alguns documentos e celulares e a partir daí demos continuidade à investigação. Descobrimos que esse grupo detinha ao menos cinco cooperativas diferentes, embora elas atuassem com nomes de laranjas. Eles tinham essas cooperativas para concorrerem entre si. Então, eles ganhavam e faziam o preço deles", pontuou.

Durante a operação, cerca de R$ 70 mil foram apreendidos na casa de um secretário municipal de saúde, que não teve a identidade revelada. Além disso, A quantia de R$ 28 mil em espécie foi encontrada dentro de um aspirador de pó na casa de um dos investigados. 

Investigação de esquema

Segundo as informações colhidas na investigação, a denúncia se iniciou com um e-mail anônimo que citava um esquema criminoso relacionado a cooperativas de mão de obra em nome de "laranjas".

A operação teria apontado que o grupo investigado detinha controle de cinco cooperativas atuantes na área da saúde, que concorriam entre si e, além disso, fraudavam certames licitatórios.

A questão maior, entretanto, estava na contratação de funcionários. A investigação teria apurado que a cooperativa vencedora de um certame, por exemplo, servia apenas como intermediadora na indicação de funcionários, que na verdade eram nomeados pelo próprio município contratante.

O esquema teria sido implementado por pelo menos três anos em Acopiara, Aracoiaba, Itapipoca, Boa Viagem, Brejo Santo, Crateús, Forquilha, Guaraciaba do Norte, Ipueiras, Irauçuba, Itapiúna, Jucás, Monsenhor Tabosa, Novo Oriente, Quixeramobim, Salitre, Senador Pompeu, Tabuleiro do Norte, Tejuçuoca, Tururu e Umirim.