Há pouco mais de dois anos, a Segurança Pública do Ceará ganhou um reforço na captura de criminosos foragidos. A Força-Tarefa SUSP (do Sistema Único de Segurança Pública) de Combate ao Crime Organizado no Ceará já efetuou a prisão de 65 procurados pelas autoridades - a maioria envolvido com o crime organizado. Esse também foi o tema do Podcast Pauta Segura desta segunda-feira (15).
A Força-Tarefa SUSP, instituída pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, reúne a inteligência de diversos órgãos, em diferentes estados do País. No Ceará, é composta por Polícia Federal (PF), Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE), Polícia Militar do Ceará (PMCE), Polícia Civil do Ceará (PC-CE), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN) e Secretaria de Administração Penitenciária do Ceará (SAP).
"A Força Tarefa é um conglomerado de instituições da área da Segurança Pública, que estão no mesmo espaço físico dialogando, focada numa proposta específica, que é a redução dos índices de violência praticados por organizações criminais. As linhas básicas instituídas pelo Programa são isolar as lideranças criminosas dentro do Sistema Penal, atuar de forma repressiva e preventiva para reduzir os indicadores de violência e a descapitalização das facções", resume o coordenador da Força, o delegado federal Igor Conti.
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Entre março de 2021 e hoje, a Força Tarefa realizou 65 prisões no Ceará, por crimes como intergrar organização criminosa, tráfico de drogas, homicídio, latrocínio, posse ilegal de arma de fogo e roubo. As detenções ocorreram na Capital, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), Interior e até em outros estados, como o Rio de Janeiro, Maranhão, Pará e Goiás.
O delegado Igor Conti destaca as principais prisões do Programa: três suspeitos de envolvimento com o furto milionário ao Banco Central (BC) em Fortaleza, em 2005; três mandantes da série de ataques criminosos a bens públicos e privados no Estado, em 2019; e quatro integrantes da lista de Mais Procurados da Secretaria da Segurança Pública do Ceará.
A Polícia Federal, que coordena a Força-Tarefa SUSP, não divulga nomes de presos. Mas o Diário do Nordeste apurou que uma das pessoas suspeitas de participar do furto ao BC que foram capturadas pela Força-Tarefa é uma mulher, identificada como Francisca Eliziana Fernandes da Silva, de 41 anos.
Francisca Eliziana trabalhava como manicure no Município de Boa Viagem, quando foi presa no dia 16 de março do ano passado. Segundo as investigações policiais, ela foi uma das responsáveis pela lavagem de dinheiro do furto milionário. A mulher foi condenada a 16 anos de prisão na Justiça Federal, mas teve a pena reduzida para 5 anos, e estava foragida.
Outro foragido capturado pela Força-Tarefa foi Rubnílson da Cunha Amador, localizado no Estado do Pará, em 28 de junho de 2022. Ele estava na lista dos Mais Procurados da Polícia no Ceará e é acusado de crimes como roubo, dano, porte ilegal de arma, ameaça e promoção de fuga de presos, além de ser suspeito de integrar uma facção criminosa.
São prisões relevantes, porque você tira a liberdade de potenciais criminosos, homicidas, pessoas que de alguma forma contribuem para o funcionamento da organização. Alguns tiveram relação com o furto ao Banco Central, mas continuaram a carreira criminosa e tiveram mandados de prisão expedidos dentro de cenários apartados, por crimes diversos, tráfico de drogas, assalto a banco."
Busca por mais foragidos
Apesar dos esforços dos órgãos da Segurança Pública Estaduais e Federais, o Ceará tem cerca de 4,5 mil foragidos, segundo o coordenador da Força-Tarefa SUSP, o delegado federal Igor Conti.
A Força-Tarefa, além de contribuir com as investigações de outros órgãos, avança em investigações próprias contra o crime organizado, para realizar operações e detenções nos próximos meses.
"Isso é apenas uma faceta do trabalho da Força Tarefa, a efetivação de capturas de personagens ligados ao mundo violento. Em paralelo, a gente tem investigações que estão sendo desenvolvidas, que tem um estágio de maturação, que não é de uma hora para a outra. Tem que coletar dados específicos, mas esse trabalho investigativo está sendo feito e em algum momento virá a público", conclui Conti.