A Polícia Civil do Ceará (PC-CE) concluiu uma investigação de um acidente ocorrido há quatro meses, no bairro Aldeota, em Fortaleza, com o indiciamento de uma empresária pelos crimes de homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e lesão corporal culposa, com o agravante de embriaguez ao volante. O Inquérito Policial foi enviado à Justiça Estadual na última quinta-feira (30).
Conforme documentos obtidos pelo Diário do Nordeste, as investigações do 2º Distrito Policial, com apoio de laudos da Perícia Forense do Ceará (Pefoce), mostraram que a empresária Hermelinda Raquel Rebouças da Silva, de 41 anos, ingeriu bebida alcoólica antes do acidente (apesar de as autoridades afirmarem que não aparentava) e que dirigia um veículo Jeep Compass em alta velocidade (cerca de 100 km/h).
"A materialidade do homicídio culposo e do crime de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor está devidamente comprovada pelos laudos periciais e pelas inquirições", concluiu o 2º DP, no Relatório Final.
O motorista do outro carro, um Volkswagen Voyage, o economista Cláudio Henrique Pereira de Alencar, 46, ultrapassou o sinal vermelho (o que foi comprovado por imagens de câmeras da região) e morreu no local, após a colisão entre os dois automóveis. Uma mulher de 33 anos, que o acompanhava, ficou gravemente ferida, passou 34 dias hospitalizada e voltou para casa com sequelas físicas.
"Cláudio Henrique dirigia com a velocidade abaixo da permitida na hora do acidente, porém avançou o sinal e estava sob o efeito de bebida alcoólica. O risco provocado por ele não exclui a responsabilidade penal de Hermelinda Raquel", considerou a Polícia Civil.
Suspeita foi solta após pagar fiança
O acidente aconteceu na madrugada de 30 de julho deste ano, por volta de 4h, no cruzamento da Avenida Rui Barbosa com a Rua João Carvalho, no bairro Aldeota, em Fortaleza.
A empresária ficou no local do acidente e pediu socorro. Policiais militares que atenderam a ocorrência realizaram o teste do bafômetro em Hermelinda, que constatou os resultados de 0,44 mg/l e 0,43 mg/l (reteste) de álcool, o que comprovou a embriaguez, segundo a Polícia Civil.
A suspeita foi presa em flagrante, mas acabou solta após pagar uma fiança no valor de R$ 2 mil. Ela responde à investigação criminal em liberdade. A defesa de Hermelinda Raquel não foi localizada pela reportagem para comentar a conclusão do Inquérito Policial.