Compra de liminar entre as suspeitas

O suspeito de participar do ataque com um carro-bomba é investigado pela 'Operação Expresso 150', por suposto envolvido com a tentativa de comprar liminares, nos plantões do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).

>Facções criminosas: dos presídios para as ruas

>Ataques não são da mesma autoria

Mesmo dentro do presídio, Paulo Diego Silva Araújo teria realizado ligações telefônicas e tratado com seu então advogado sobre um alvará de soltura, que seria concedido em um plantão do TJCE, mediante o pagamento de propina. A ligação foi interceptada durante as apurações da 'Operação Cardume' e desencadeou um novo inquérito, que busca elucidar quem são os envolvidos no esquema que, conforme a PF, teria movimentado milhões de reais. Paulo Diego não conseguiu o habeas corpus que pleiteou.

Também foi acusado pelo Ministério Público Federal (MPF), com base em inquérito da Polícia Federal, de participar de uma quadrilha "composta por vários núcleos, que interagem entre si, na logística do tráfico internacional de drogas". A aquisição do entorpecente era feita na Bolívia e no Paraguai para revenda interna, principalmente no Ceará e no Rio Grande do Norte, e para exportação para Portugal e Itália.

Ainda conforme investigações da PF, parte da droga (50Kg) que estava em uma aeronave de pequeno porte e caiu na divisa entre os Estados do Ceará e do Piauí, no dia 11 de abril de 2015, era esperada pelo bando subordinado ao criminoso. "O pessoal dele já estava lá aguardando o monomotor, quando houve a queda. Várias pessoas do grupo foram presas. O que as investigações apontaram, na época, era que estavam lá a mando do Paulo Diego", afirmou um servidor da PF. A reportagem entrou em contato com o advogado de Paulo Diego, mas o celular dele estava fora da área de cobertura ou desligado.