Acusado de matar um borracheiro em Fortaleza em abril deste ano, o colombiano Johnnatan Castrillon Cuellar foi posto em liberdade provisória, segundo decisão da Justiça Estadual. No último dia 8 de maio, o magistrado do caso julgou não ser mais necessária a prisão preventiva e acatou o pedido da defesa, que alega não ter sido possível provar a participação no crime, pois o homem estava em um local diferente na hora da morte.
Johnnatan estava preso há um mês, desde o dia 8 de abril, dia seguinte ao crime. A vítima era Lindemberg dos Santos Ferreira, que, supostamente, devia dinheiro ao acusado. O colombiano trabalharia como agiota e teria se irritado ao não receber em dia um pagamento previsto de uma parcela de R$ 12.
O réu foi preso, pois foi reconhecido por uma testemunha como o condutor da motocicleta que foi usada de apoio no dia do homicídio. A defesa argumenta que o homem natural da Colômbia não poderia ser o motorista, pois o veículo chegou, inclusive, a transitar pela cidade mesmo após sua prisão.
O Ministério Público do Ceará (MPCE) pediu que ele permanecesse encarcerado, mas não foi essa a decisão do juiz de Direito Fábio Rodrigues Sousa, da 3ª Vara do Júri de Fortaleza. Apesar da soltura, ele não poderá, entretanto, se ausentar da Capital cearense por mais de oito dias sem autorização, além de informar quaisquer mudanças de endereço.
Conforme a solicitação da defesa de Johnnatan, ele só foi apontado por sua nacionalidade. Ele aponta que ainda na audiência de custódia o homem teve a prisão decretada "pelo simples fato de o acusado ser colombiano e existir no estado Ceará, práticas de agiotagem por colombianos".
"Com o fim das investigações conseguimos provar que o acusado não tinha nenhum envolvimento com a morte da vítima, tanto que teve a sua prisão revogada pouco dias após o pedido de revogação", afirma o advogado Pedro Alan.
Morte por agiotagem
A denúncia oferecida pelo MPCE em 16 de abril deste ano, aponta que a vítima foi morta por dever a um agiota, que seria o colombiano. Lindemberg foi surpreendido por dois homens em uma moto durante seu expediente em uma borracharia e executado com diversos disparos de arma de fogo.
"A abordagem em dupla de pessoas armadas que surpreenderam a vítima em seu local de trabalho se apresenta evidência clara de que o réu agiu visando dificultar, se não impossibilitar, a defesa da vítima. No que se refere à motivação, verificou-se ser torpe, consistente em cobrança de dívida", diz trecho da peça acusatória.
O órgão ministerial aponta ainda que o próprio acusado contou em depoimento que a vítima havia se comprometido a pagar diariamente R$ 12 pela dívida.
A esposa de Lindemberg confirmou esse acordo, e disse que no dia anterior a sua morte, o homem não pagou a taxa diária, e motivado a ira do réu e de outra pessoa, que seria o atirador. Para o MPCE, foi cometido homicídio duplamente qualificado.