CAC que comprou 35 mil munições neste ano é suspeito de fornecer armamento para facção no Ceará

Devido à posse de armas de fogo e munições em desacordo com a lei, o suspeito foi preso em flagrante. Ele é funcionário de uma empresa que atua no Porto do Pecém

Um homem que possui certificado de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) e que comprou 35 mil munições, apenas no ano corrente, foi alvo da Operação Desarme, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Ceará (MPCE), nesta quarta-feira (13). O atirador desportivo é suspeito de desviar armamento para uma facção criminosa.

Um mandado de busca e apreensão foi cumprido contra o suspeito, na residência onde ele mora, em um condomínio no Icaraí, em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). No imóvel, foram apreendidas sete armas de fogo (três rifles, três pistolas e um revólver), centenas de munições e dois aparelhos celulares.

Devido à posse de armas de fogo e munições em desacordo com a lei, o suspeito foi preso em flagrante. "Conforme as investigações, o suspeito, que possui certificado de colecionador, atirador e caçador, teria adquirido, em 2024, cerca de 35 mil munições, quantidade acima dos 4 mil previstos pela legislação brasileira para esta categoria", informou o Ministério Público do Ceará.

R$ 422 mil
foram gastos pelo suspeito com munições de calibres diversos, somente em 2024. Segundo o MPCE, o valor não é condizente com a condição financeira do investigado. A reportagem apurou que o suspeito é funcionário de uma empresa que atua no Porto do Pecém, com salário de aproximadamente R$ 7 mil.

A investigação realizada pelo Gaeco começou com uma denúncia anônima de que o atirador desportivo tinha comprado munições acima do limite legal e estaria as revendendo para criminosos ligados a uma facção, com atuação em Caucaia.

O cumprimento do mandado de busca e apreensão, expedido pelo 4º Núcleo Regional de Custódia e Inquéritos da Justiça Estadual, contou com apoio do Exército Brasileiro (EB); da Delegacia Metropolitana de Caucaia, da Polícia Civil do Ceará (PCCE); da Assessoria de Inteligência (Asint) da Polícia Militar do Ceará (PMCE); e do Núcleo de Segurança Institucional e Inteligência (Nusit), do MPCE.

O Gaeco espera avançar na investigação, com a apreensão dos celulares e extração de dados autorizada pela Justiça, para elucidar o destino das munições compradas pelo suspeito. O atirador desportivo poderá responder pelos crimes de posse e porte ilegal de arma de fogo, comercialização ilegal de munições e por organização criminosa.