Bombeiro e empresário estão entre suspeitos de desocupação em que mulher foi morta em Fortaleza

Duas armas de fogo foram apreendidas e passarão por perícia

A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) cumpriu quatro mandados de busca e apreensão contra suspeitos de envolvimento na desocupação de um terreno privado no bairro Carlito Pamplona, no dia 10 de setembro. O caso resultou na morte de uma mulher de 28 anos e gerou uma onda de protestos na comunidade.

Entre as pessoas identificadas e ouvidas, estão um bombeiro militar e um empresário do ramo de empresa de segurança. A ofensiva ocorreu na quinta-feira (12), em bairros de Fortaleza e na Região Metropolitana.

Eles são apontados como possíveis envolvidos no conflito ocasionado pela tentativa de desocupação do imóvel. A polícia apreendeu documentos, aparelhos celulares, notebook e duas armas de fogo.

As armas passarão por perícia e microcomparação balística. A 4º Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) está conduzindo as investigações para identificar a autoria do homicídio.

Durante a operação policial, um homem foi detido em posse de uma das armas de fogo apreendidas e foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma. A Polícia Civil também investiga o possível envolvimento dele em outros crimes.

ENTENDA O CASO

Na madrugada de terça-feira (10), Mayane Reis, de 28 anos, foi morta durante a desocupação de um terreno no bairro Carlito Pamplona. Ela foi baleada durante a ação, chegou a ser socorrida, mas não resistiu.

A desocupação foi conduzida por "seguranças contratados pela empresa privada", conforme a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), pois "pessoas invadiram um terreno privado na região". 

Em nota, a Fiotex afirmou que é proprietária do terreno e "adotou as medidas para cessar a demarcação ilegal". Disse ainda que a ação foi testemunhada por policiais, e a equipe da empresa foi "surpreendida por agressores vindos de fora do terreno, arremessando pedras, ateando fogo e realizando disparos contra todos que se encontravam no local e seus arredores".

Uma sequência de ataques foi registrada no começo da manhã do mesmo dia em represália pela morte da mulher. Foram feitas barricadas na avenida Leste-Oeste, e ônibus foram apedrejados.