Juízes da Vara de Delitos de Organizações Criminosas do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) decidiram autorizar a transferência de uma advogada apontada como esposa de traficante e investigada por uma série de crimes no Ceará. Maria Érica Damasceno agora pode ir para uma ‘sala de estado maior’ do quartel do Corpo de Bombeiros Militar, no bairro José Walter.
A advogada foi presa em junho deste ano e deste então esteve na Delegacia de Capturas e Polinter (Decap), no centro de Fortaleza. A defesa dela entrou com pedido de transferência ou prisão domiciliar, “alegando que a permanência de advogados em xadrez de Delegacia de Polícia viola as prerrogativas da advocacia”.
Conforme a defesa de Maria Érica, ela estar recolhida na Decap, próxima aos demais presos “torna o local completamente incompatível com a dignidade da advocacia”.
A transferência foi autorizada e comunicada à Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), no último dia 7 de agosto.
PRISÃO
Em junho deste ano, um grupo criminoso supostamente liderado pela advogada foi desarticulado, de acordo com a Polícia Civil do Ceará (PCCE). Segundo as investigações, o bando vinha atuando na região da Serra da Ibiapaba, no interior do Ceará. As prisões e a apreensão de diversos ilícitos foram realizadas em Ubajara, Tianguá e Fortaleza.
Todos os presos, conforme a PCCE, fazem parte da organização criminosa Comando Vermelho (CV). As capturas foram possíveis após a Polícia solicitar a prisão ao Poder Judiciário, por meio da Vara de Delitos de Organizações Criminosas.
ADVOGADA ORDENAVA HOMICÍDIOS
A operação da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) foi comandada pela Delegacia Regional de Tianguá. A Polícia afirma que a advogada passou a liderar o grupo após o marido ser preso por tráfico de drogas. A Delegacia de Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco) apoiou as diligências.
"Como ela chegou à liderança, ela determinava quem iria morrer. Ela determinava quem iria morrer, atuava como advogada para os faccionados e também na liderança da organização criminosa", explicou o delegado Marcos Aurélio.