Advogada de policial preso por matar agentes na delegacia diz que ainda não conversou com o suspeito

Quatro policiais foram assassinados a tiros, em Camocim, no Ceará

A defesa do policial civil Antônio Alves Dourado, suspeito de matar quatro agentes, dentro da Delegacia de Camocim, afirmou que entrou em contato com o preso, mas não conseguiu conversar com ele sobre o caso.

Conforme a defesa, representada por Neirilane Roques, o policial foi escoltado no batalhão da Polícia Militar do Município e com segurança reforçada, após o ocorrido: "ele está isolado. Tivemos contato com ele, mas ele não conseguiu repassar informações", disse. Segundo a advogada, o inspetor está "em estado de choque".

No entanto, informações colhidas pela equipe do Sistema Verdes Mares junto aos policiais que atenderam a ocorrência apontam que, quando o suspeito se apresentou ao batalhão e foi detido, ele sequer esboçou arrependimento. 

A defesa diz que o suspeito deve ser levado a audiência de custódia a qualquer momento. "Ele não está em condições de prestar esclarecimentos por enquanto, está isolado'.

O homem foi levado até Sobral, onde foi realizado o auto de prisão em flagrante

CRIME PREMEDITADO

O policial suspeito de assassinar outros quatro agentes, dentro da delegacia, premeditou a ação criminosa. Conforme o delegado geral da Polícia Civil do Ceará, Márcio Gutiérrez, "o autor dos fatos planejou com muito cuidado o que iria fazer".

O ataque aconteceu no fim da madrugada deste domingo (14), no Interior do Estado. Dos quatro mortos a tiros, três eram escrivães da delegacia — Antônio Cláudio dos Santos, Antônio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira — e um, inspetor — Gabriel de Souza Ferreira.

Há informação de que o suspeito usou um objeto para conseguir pular o muro da delegacia. O homem foi detido e autuado em flagrante pelos homicídios

O Diário do Nordeste apurou que o policial suspeito chegou em uma motocicleta e invadiu o imóvel pelos fundos. Após cometer os crimes, ele fugiu em uma viatura da delegacia e abandonou o veículo em uma unidade de saúde da região. 

Depois disso, se entregou e permaneceu preso no quartel da Polícia Militar na cidade. O caso permanece sob investigação.