Uma adolescente trans, de 13 anos, foi assassinada com pauladas, chutes e socos na madrugada desta segunda-feira (4), no município de Camocim, litoral oeste do Ceará. Keron Ravach faria 14 anos no fim deste mês.
O suspeito é um jovem de 17 anos. Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), ele confessou o crime e foi apreendido por equipes da Polícia Militar em Camocim, na tarde desta segunda-feira (4), menos de 12 horas após o homicídio.
O adolescente foi conduzido para a Delegacia Regional de Camocim, onde foi lavrado um ato infracional análogo ao crime de homicídio em desfavor dele. A Polícia Civil segue investigando a motivação do crime.
A vítima estudava na Escola de Ensino Fundamental Francisco Ottoni Coelho, no mesmo município. A instituição publicou nota nas redes sociais demonstrando pesar pelo falecimento do jovem.
"Neste momento de dor e indignação, toda comunidade escolar se solidariza com os familiares, amigos e colegas, e expressa as mais sinceras condolências", publicou a escola.
Keron foi encontrada morta em um terreno baldio no Bairro Apossados. Equipes da Polícia Militar e da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) foram acionadas e realizaram os primeiros levantamentos sobre o caso.
As investigações ainda não confirmaram a motivação do crime como sendo por LGBTfobia. Contudo, crimes de ódio, normalmente, têm características de crueldade, como o caso da travesti Dandara dos Santos, morta em 2017, no bairro Bom Jardim, em Fortaleza.
Caso Luanna Kelly
Em junho do ano passado, Camocim registrou um caso de homicídio tendo como vítima uma integrante da comunidade LGBT. A travesti Luanna Kelly, de 22 anos, foi morta ao lado do prédio da Receita Federal, no centro da cidade. Ela foi assassinada por quatro homens após uma discussão.
Luanna foi agredida por socos, conseguiu fugir, pulando o muro do prédio público, mas foi alcançada pelos quatro assassinos. O Ministério Público do Ceará (MPCE) considerou que o crime foi motivado "em contexto de preconceito". Os acusados pelo crime tornaram-se réus e continuam presos no sistema penitenciário cearense.