Acusado de matar eleitor de Lula a facadas dentro de bar no interior do Ceará vai a júri popular

Segundo a denúncia do Ministério Público do Ceará, o réu Edmilson Freire estava com uma faca e teria chegado ao bar perguntando em voz alta "quem é Lula aqui?"

A Justiça do Ceará decidiu que o homem acusado por matar a facadas Antônio Carlos Silva de Lima, eleitor de Lula, deve ir a júri popular. O juiz da 1ª Vara da Comarca de Cascavel, cidade do Interior do Ceará, onde o crime aconteceu, proferiu sentença de pronúncia e Edmilson Freire da Silva vai sentar no banco dos réus.

Conforme o magistrado, existem indícios de autoria suficientes para que Edmilson seja submetido ao julgamento diante do Tribunal Popular, "este o competente para analisar as versões surgidas durante o inquérito policial e durante a instrução criminal". O denunciado segue em liberdade.

A defesa do réu, representada pela Defensoria Pública, disse nos memoriais finais que irá apresentar tese defensiva apenas no plenário. Ainda não há data para o julgamento acontecer.

Edmilson foi pronunciado pelo crime de homicídio qualificado. O juiz também decidiu pela manutenção da liberdade provisória com medidas cautelares, porque "até o momento não se teve notícias sob o possível descumprimento de qualquer uma delas (medidas cautelares)"

DISCUSSÃO POLÍTICA

O crime aconteceu às vésperas da última eleição para presidente no Brasil, no dia 24 de setembro de 2022, em um bar na localidade de Guanacés, Cascavel. 

Segundo a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), Edmilson Freire estava em posse de uma faca e teria chegado ao bar perguntando em voz alta "quem é Lula aqui?".

"Na sequência, acusado e vítima começaram a discutir em razão das preferências político-partidárias antagônicas e entraram em vias de fato, sendo que, em dado momento, Edmilson puxou uma faca que portava consigo e desferiu três facadas na vítima Antonio Carlos"
MPCE

Dois dias após o assassinato, o suspeito foi alvo de um mandado de prisão, expedido pela Justiça Estadual e cumprido dentro da Delegacia Municipal de Cascavel, quando Edmilson foi prestar depoimento sobre o crime.

Já na delegacia, o acusado chegou a dar uma versão diferente do fato. Ele teria dito que chegou no bar e Antônio Carlos perguntou em quem ele votava. Os dois começaram a discutir e ele disse que a vítima tentou estrangulá-lo. Ele afirmou que reagiu e esfaqueou Antônio Carlos. Na época, fonte da Polícia Civil disse que a versão do suspeito era totalmente contrária à das testemunhas do caso.   

A vítima - que não tinha antecedentes criminais - chegou a ser socorrida por populares, mas morreu durante atendimento médico. A denúncia do MPCE foi recebida em 20 de outubro de 2022.