Testagem em profissionais da educação visa retorno das atividades

Dois mil professores e colaboradores educacionais da rede privada serão testados, até o fim da próxima semana, em Juazeiro do Norte. Categoria projeta regresso no início do próximo ano, Volta às aulas divide opiniões

De olho no ano eletivo de 2021, a Associação das Escolas Particulares do Cariri (AEPC) iniciou, nesta semana, uma testagem em massa nos profissionais da educação em Juazeiro do Norte. A meta é testar 300 pessoas - professores e funcionários que tenham contato direto com o público externo - por dia, perfazendo dois mil testes ao fim da ação que está sendo realizada em parceria com a Secretaria da Saúde do Município. Segundo a Instituição, a rede privada de Juazeiro "tem cerca de 1.900 profissionais".

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O presidente da AEPC, Eliab Hazael, explica que a data para começo da testagem foi pensada de forma estratégica diante "do início da campanha de matrícula da rede privada, da previsão de retorno das atividades presenciais em formato híbrido a partir da 3ª quinzena de janeiro do próximo ano e da realização dos acompanhamentos pedagógicos"

Na próxima semana, quando as testagens forem encerradas, a AEPC divulgará o balanço de profissionais com resultado positivo para a Covid-19. "O objetivo é identificar e rastrear os colaboradores contaminados. A partir do momento em que alguém testou positivo, a gente entra em contato com a instituição de ensino e apresenta o protocolo sanitário que foi elaborado pela AEPC em parceria com a Secretaria da Saúde do Ceará", acrescentou Hazael.

Divergente

O retorno das aulas no modelo híbrido, embora esteja em pauta entre muitos colégios do interior, não é unanimidade entre especialistas e instituições. O presidente da Associação dos Municípios do Ceará (Aprece), Nilson Diniz, não vê condições de que "o ano letivo de 2021 comece com a presença de alunos" e defende a manutenção de um modelo a distância "avançando aos poucos para o híbrido até que se tenha a vacina".

No entendimento do presidente AEPC, "os colégios (referindo-se especificamente às escolas do Cariri) estão se estruturando e se modernizando para receber os alunos no próximo ano, muitas já estão com esse processo 100%, e os demais devem alcançar essa totalidade até janeiro".

O Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems-CE) disse, por meio de nota, que reconhece a "importância da escola para o desenvolvimento intelectual e cognitivo de crianças e jovens", mas avalia que as aulas presenciais não deverão retornar no mês de janeiro devido a "um aumento considerável nos números de casos de Covid-19 no Ceará nas últimas semanas, com municípios classificados em alto e altíssimo risco, o que tem deixado diversas cidades em estado de alerta". A Instituição defende uma readequação e atualização no planejamento de retorno das atividades.

Já a presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), seção do Ceará, Luíza Aurélia Costa, destacou que "cada município tem sua autonomia de decretar medidas condicionantes sobre a retomada das aulas em 2021". O retorno, porém, depende de uma liberação por parte do Governo do Estado, através do decreto.

Preparação

O coordenador pedagógico do Colégio Pólos em Iguatu, Flávio Assunção, disse que sua escola "está pronta", mas aguarda definição do Governo. Em Sobral, o coordenador do Colégio Sant'Ana, Auricélio Ferreira, garantiu que "a escola fez investimentos e está pronta para receber os alunos com segurança".

O colégio Salesiano, em Juazeiro do Norte, também defende o modelo híbrido a partir de 2021. Já diretora pedagógica do Colégio Pequeno Príncipe, em Crato, Raquel Costa, ressaltou que os pais consultados têm em sua maioria "apresentado receio de um retorno presencial".

O Sistema Verdes Mares entrou em contato com Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe-CE), mas as respostas não foram enviadas até o fechamento da matéria.