A data traz como ave símbolo do Brasil o sabiá. Uma das maiores reservas de pássaros do Ceará está localizada na Floresta Nacional do Araripe. São quase 40 mil hectares de floresta nativa que abriga 155 espécies de aves, distribuídas em 33 famílias, dentre as quais, quatro estão ameaçadas de extinção. Estão desaparecendo da paisagem do Cariri, o ferreiro, o bico-virado-da-caatinga e o jacu. Em Canindé, o prefeito Glauber Monteiro conseguiu autorização do Ibama e transformou sua chácara em lugar para recuperação de pássaros maltratados por traficantes
Crato (Sucursal) — A chefe da Floresta Nacional do Araripe, Verônica Figueredo, informa que existe na região algumas espécies raras como a lavadeira, ou soldadinho da mata, que só é encontrado no Cariri. Verônica relaciona também o abre-e-fecha, sabiá da mata e o sanhaçu que são nativos da região.
A outra reserva está localizado no município de Aiuaba. É a reserva Ecológica de Aiuaba com 13 mil hectares, e possui uma menor variedade de aves do que a encontrada na Serra do Araripe. Em Aiuaba predomina a caatinga, enquanto a Chapada do Araripe apresenta outros tipos de vegetação: floresta, cerrado, carrasco e matas secundárias, condições que contribuem para a presença de uma maior variedade de aves.
A Estação Ecológica de Aiuaba está localizada na região dos Inhamuns, uma das mais secas do Nordeste. Em razão da seca, estão desaparecendo aves próprias da caatinga como a avoante, que este ano não fez seus pombais na região por falta de alimento.
Quem cria aves pertencentes à fauna nacional, como canário-da-terra, coleiro e outros, precisam estar sempre em dia com as mudanças da legislação ambiental. A legislação brasileira prevê proteção à fauna nacional desde 1967, quando foi criada a lei 5.197, proibindo a caça e posse de animais silvestres. Em 1996, entrou em vigor a Portaria nº 57, que regula a posse de aves nativas, citando nominalmente todas as espécies protegidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Nela estão descriminadas normas para o funcionamento de federações e clubes ornitófilos, no que diz respeito à criação, manutenção, exposição e realização de torneios com aves da fauna brasileira. A Portaria nº 57/96 modificou a participação dos exemplares nativos em exposições: desde janeiro de 2000, só podem participar de torneios e exposições ornitofílicas os pássaros nascidos em criação doméstica, portando anilhas fechadas, estando assim proibida a participação de pássaros coletados na natureza. A identificação dos pássaros em cativeiro se faz por meio de anilhas - anéis de metal colocados nas patas com informações sobre a ave e o clube no qual está registrado.