Dinâmica de crescimento

Entenda o papel das incubadoras e aceleradoras no ecossistema de inovação.

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Alguns ecossistemas facilitam e viabilizam o crescimento de startups. As incubadoras e aceleradoras, por exemplo, têm este papel. O que difere uma da outra, basicamente, é o nível de maturidade do empreendimento. “Incubadoras normalmente apoiam o início da empresa. Aceleradoras, por sua vez, apoiam o crescimento respectivo da mesma”, diferencia Vasco Furtado, Diretor de Pesquisa e Inovação da Universidade de Fortaleza (Unifor).

Como explica Vasco Furtado, incubadoras e aceleradoras são normalmente ligadas a empreendimentos inovadores. “Sem esse tipo de apoio, as possibilidades de inovação diminuem muito”, avalia o Diretor de Pesquisa e Inovação da Unifor. Nesse cenário, a figura do investidor anjo é fundamental para expandir os negócios, mas, no ambiente local, essa questão ainda é um desafio. “A figura do investidor anjo ainda é pouco conhecida e as grandes empresas agora começam a perceber que precisam se aproximar dos jovens empreendedores, pois eles podem trazer agilidade e inovação aos seus negócios”, pontua.

No ecossistema empreendedor local, algumas iniciativas se destacam. A Unifor, por exemplo, está com um novo projeto, o Espaço de Desenvolvimento Empresarial do TEC Unifor (Edetec). “Trata-se de uma visão mais arrojada de coworking, com novo espaço físico e nova metodologia de apoio. Devemos inaugurá-lo no segundo semestre desse ano”, informa Vasco Furtado. Prioritariamente, será destinado a alunos, professores e ex-alunos. “Estamos buscando parcerias com outras instituições, o que nos possibilita relacionar-se com outros tipos de empreendedores”, afirma.

Experiência

Bruno Muniz, CEO da Total Cross, plataforma de desenvolvimento de aplicativos móveis, vivenciou por duas vezes a experiência da aceleração de empresas, uma no Brasil e a outra na Coreia do Sul. Nas duas oportunidades, a empresa encontrava-se em estágios diferentes, o que trouxe resultados interessantes para ambas as fases. “A experiência em São Paulo foi interessante para darmos passos necessários e entendermos os desafios que estavam na nossa frente e a da Coreia do Sul, para aprendermos como fazer uma empresa rodar fora do Brasil”, compara o empreendedor.

Participar ou não de uma aceleração é uma dúvida de muita gente que circula no mundo das startups, uma vez que essa participação implica em um percentual de ações envolvidas. Para Bruno Muniz, decidir essa questão requer clareza de objetivos. “Eu sabia que precisava me conectar nesse cenário de startup, precisava de apoio em diversos aspectos, principalmente em conexões que impulsionassem a empresa. Aí busquei as melhores aceleradoras”, conta Bruno Muniz. Além de conexões e mentorias, aproximou-se mais do universo da educação empreendedora.

Com forte atuação no cenário de startups do Brasil, sendo mentor voluntário em diversos programas como MIT HackBrazil, CasaAzulentures, StartupCE (Sebrae) e Inovativa Brasil (MDIC), Bruno Muniz é apontado pela Associação Brasileira de Startups como uma das lideranças do ecossistema cearense de startups.

A quem está entrando nessa jornada, Bruno ensina sobre a importância de aprender com os erros. “Apesar de não ser uma cultura fácil de assimilar e essa cultura do erro não ser bem vista na sociedade, é muito importante para o empreendedor que ele aprenda rápido com os erros. Que não tenha medo de errar e, quanto mais rápido errar, mais rápido consegue corrigir e justar a direção do barco”, diz.