Na hora de abrir ou incrementar um negócio, é impossível desconsiderar o panorama macroeconômico, ou seja, o comportamento da economia e suas variáveis. Especialmente nos últimos anos, no Brasil, a queda do Produto Interno Bruto (PIB) e da capacidade de consumo da população afetou negativamente inúmeros segmentos. Apesar do cenário bastante desafiador, há maneiras de superar as dificuldades e atravessar a turbulência – que, na visão de alguns especialistas, está diminuindo. "Nos últimos dois anos, o PIB cresceu 1,1%. Temos uma sinalização para 2019 de um crescimento entre 1% e 1,5%. Dessa forma, deveremos ter um ano, do ponto de vista do crescimento, tão difícil quanto foram os dois últimos. Todavia, vale salientar que a recuperação se coloca em marcha, ainda que de forma lenta e gradativa", analisa o economista Ricardo Eleutério, professor titular da Universidade de Fortaleza (Unifor) e Vice-Presidente do Conselho Regional de Economia.
O docente explica que, além da queda na renda dos brasileiros, o desafio para o equilíbrio da economia é o aumento da taxa de desemprego – que está entre 12% e 13%, o dobro da verificada em 2013 – e o desequilíbrio fiscal do setor público. "No entanto, há aspectos positivos a destacar. Temos a previsão para este ano de um superávit no comércio exterior da ordem de US$ 50 bilhões. Existe a projeção de o país receber mais de US$ 80 bilhões em investimento produtivo estrangeiro. Outro fator é que estamos com a taxa de juros em torno de 6,5%, a menor da história. Ademais, verificamos uma certa estabilidade monetária, com uma inflação que gira em torno de 4% ao ano", analisa Ricardo Eleutério.
Ceará
Nosso Estado também tem seus desafios a superar. Além de ter a maior parte de seu território no semiárido, o Ceará concentra 75% do PIB no setor de serviços, e em apenas 18 cidades está concentrada quase metade da população. Contudo, há algumas perspectivas positivas. "As contas do governo estão equilibradas, o que dá ao setor público uma boa capacidade de investimento no estímulo ao desenvolvimento econômico, na geração de emprego e renda e nos setores produtivos como um todo", analisa Ricardo Eleutério.
Na visão do especialista, para sobreviver no mercado os empreendedores precisam estar atentos às novas oportunidades que estão aparecendo. "Estamos num processo denominado de Quarta Revolução Industrial. É a chamada Economia 4.0, na qual as tecnologias disruptivas devem estar presentes nos novos negócios. Temos as oportunidades que vêm em uma velocidade muito grande, com a Inteligência Artificial, a Internet das Coisas e todo esse mundo digital. Esse casamento do real e do digital é fundamental e desenha a economia do futuro. Já é um processo em expansão no Ceará e no Brasil, e as startups se apresentam como uma oportunidade de negócios significativa", projeta o professor da Unifor.
Ricardo Eleutério afirma que a inovação é a palavra-chave para aqueles que pretendem empreender e enfrentar as dificuldades do mercado. "A busca por tecnologias e a capacitação da mão de obra são desafios permanentes. E vale sim a máxima, 'onde há dificuldades há oportunidades', com um olhar atento sobre os novos negócios, os novos nichos de mercado, especialmente os novos modelos de negócios, que casam tecnologia, inovação e competitividade", orienta o economista.