Qual é o resultado do somatório das palavras generosidade, esperança e vida? Acertou quem pensou na doação de órgãos. Especialmente no momento em que vivemos, em virtude da pandemia do novo coronavírus, o olhar para o próximo, a iniciativa de fazer algo pela sociedade e a fé em dias melhores se unem em um mesmo ideal. Pelo 18º ano, a campanha Doe de Coração, realizada pela Fundação Edson Queiroz, aborda a temática da doação e do transplante de órgãos, com o objetivo de sensibilizar toda a sociedade para este assunto. “Esta campanha rompe com um dos maiores obstáculos à doação de órgãos, a desinformação, trazendo à tona o tema dentro das famílias. No final, é a família que decidirá pela doação, daí a enorme diferença que a campanha tem feito desde a primeira edição”, descreve Polianna Lemos, coordenadora da campanha.
Em 18 anos, foram inúmeras ações e avanços observados pela Doe de Coração, contribuindo para salvar vidas, melhorar a qualidade de vida e dar a oportunidade de muitas pessoas continuarem a sua história junto com seus familiares. “As pessoas têm desmistificado a questão da morte encefálica e, consequentemente, da doação de órgãos, através do trabalho incessante da mídia. A cada ano a conscientização das pessoas tem sido maior, o que favorece o aumento da doação de órgãos”, observa Polianna Lemos.
Desafios de infraestrutura
Ainda assim, a coordenadora da campanha Doe de Coração avalia que ainda há diversos obstáculos a serem superados. Além do esclarecimento à população, a melhoria das condições do sistema de saúde no Brasil, especialmente no âmbito público, é fundamental. O desafio é fazer com que o assunto seja sempre lembrado pelas pessoas. “Ações de sensibilização da população devem existir o ano inteiro, com mais intensidade no mês de setembro, quando celebramos o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Mas aparelhar o sistema de saúde com exames complementares que detectem a morte encefálica – condição obrigatória para a doação – é essencial. Esses aparelhos, como eletroencefalograma, arteriografia e doppler transcraniano, são indispensáveis nas unidades de saúde. Precisa-se de aparelhagem moderna e com manutenção adequada para que o diagnóstico seja possível”, resume Polianna Lemos.
Testemunha
O professor Edison Henriques é testemunha de que o diagnóstico eficiente e a conscientização fazem toda a diferença no transplante de órgãos. Há cerca de cinco anos, ele foi diagnosticado com câncer no fígado, cuja única solução era o transplante. “Eu tinha dois meses de vida, entrei na fila do transplante. Comecei a fazer tratamento e em 20 dias apareceu um doador compatível”, diz o docente do curso de Liderança na Pós-Graduação da Unifor.
Depois de passar pela cirurgia, Edison enfrentou um difícil pós-operatório. A superação e a recuperação da saúde o tornaram um estudioso e um defensor da doação de órgãos. “Estou vivo hoje devido à caridade humana. Graças a uma família que, mesmo com a perda de um ente querido, quis contribuir para que outra pessoa sobrevivesse. Isso é muito forte, não tem lição de humanidade maior do que essa”, conta o professor da Unifor.
Ações em 2020
A campanha Doe de Coração deste ano terá ações presenciais de informação e conscientização em pontos estratégicos de Fortaleza, com espaços instagramáveis e distribuição de camisas, máscaras e banners. Pontos como a Praça do Ferreira, shopping centers, o Parque do Cocó, a Praça dos Estressados, na Avenida Beira-Mar, e a Cidade Alfa terão ações programadas.
A marca da campanha deste ano está reformulada, e foi elaborada pelo xilogravurista Francisco de Almeida. O artista plástico de Crateús fez um coração de vermelho suave, que abriga um anjo dourado no centro e pombas brancas nas laterais. Segundo Francisco, a mensagem central é “incentivar mais pessoas a doarem de coração”.
A Doe de Coração também está realizando lives com especialistas de renome para tratar da doação de órgãos, principalmente no cenário da pandemia da Covid-19. A próxima transmissão será no dia 15 (terça-feira), às 19 horas, com a temática: “A qualidade de vida e a reinserção do transplantado”, tendo como convidados o médico gastroenterologista Edson Arakaki, transplantado renal e Presidente da Associação Brasileira de Transplantados (ABTx), e Luciane de Lima, advogada da ABTx. A transmissão será pelos canais da Universidade de Fortaleza no YouTube e no Facebook, além da TV Unifor.
Doe de Coração 2020
15 de setembro de 2020, às 19 horas
Live: “A qualidade de vida e a reinserção do transplantado”
Youtube.com/tvunifor
Facebook.com/uniforoficial
TV Unifor (canal 181 da NET)