O segurança da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi preso em flagrante na madrugada deste domingo (30) por disparo de arma de fogo. Percival Alcântara, delegado titular do 78° DP de São Paulo, confirmou a prisão do homem, que ainda não teve a identidade revelada. Ele estava na confusão e perseguição a um homem negro na tarde de sabado (29).
Atualização às 14h25: O homem, identificado como Valdecir de Lima Dias, foi liberado e vai responder em liberdade após pagar fiança de cerca de R$ 1.200
Em vídeos que circulam nas redes sociais, Carla Zambelli e seus seguranças aparecem perseguindo um homem negro com uma arma apontada para ele. Nas gravações é possível ouvi um disparo.
Confira o vídeo
CARLA ZAMBELLI DIZ TER SIDO 'CERCADA E 'AGREDIDA'
Em vídeo após o ocorrido, Zambelli disse que foi "cercada" e "agredida" por "militantes de Lula". Caso ocorreu um dia antes do segundo turno das eleições.
"Fui agredida agora pouco. Me empurraram no chão, um homem negro. Eles usaram um negro para vir em cima de mim, eram vários", diz a parlamentar bolsonarista, ao lado de policiais militares.
Segundo a deputada, ela sacou a arma após uma das pessoas que supostamente a agrediu ter tentado fugir dela enquanto ela esperava a polícia para “dar flagrante”.
Em outro vídeo, antes de ela sacar a arma, Zambelli aparece em uma discussão com várias pessoas, quando em dado momento ela cai. Logo depois, ela e seu segurança, empunhando seu armamento, correm atrás de um homem negro.
Segundo informações do G1, Luan Araújo, homem que foi perseguido, diz estar assustado com a situação, e que irá prestar queixa e ameaça contra a deputada federal.
ADVOGADOS PEDIRÃO PRISÃO DE ZAMBELLI
O grupo de advogados Prerrogativas informou que vai pedir a prisão de Carla Zambelli ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por porte de arma em período proibido.
Marco Aurélio Carvalho, coordenador do grupo, disse em entrevista ao portal Metrópoles, que uma resolução do TSE proíbe o porte e o uso de armas por colecionadores, atiradores e caçadores 24 horas antes e 24 horas depois das eleições. A decisão do Tribunal foi aprovada em 2021.
O descumprimento da decisão pode incorrer em prisão em flagrante. "Vamos pedir a prisão dela ainda hoje. Inadmissível o que ela fez. Pôs a vida de todos em risco e estimulou a violência", informou o advogado.
Em entrevista, Zambelli disse que "ignorou conscientemente" a resolução do TSE, pois ela é "ilegal". "Continuarei ignorando a resolução do senhor Alexandre de Moraes, pois ele não é legislador", declarou a parlamentar.