O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, na manhã nesta sexta-feira (9), os primeiros indicados para os ministérios do governo federal a partir de janeiro de 2023. Foram anunciados cinco ministros para o terceiro mandato do petista no Palácio do Planalto.
O governador da Bahia, Rui Costa, foi anunciado como ministro da Casa Civil; o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad foi escolhido como ministro da Fazenda - que será resultado do desmembramento do atual Ministério da Economia; o ex-ministro do Tribunal de Contas da União, José Múcio Monteiro será ministro da Defesa.
Já o senador eleito Flávio Dino irá comandar a pasta da Justiça e Segurança Pública. Por último, foi anunciado o embaixador Mauro Vieira para o comando do Ministério de Relações Exteriores.
Conheça a trajetória dos cinco nomes que devem ocupar os cargos no primeiro escalão na Esplanada dos Ministérios.
Rui Costa (PT)
Formado em Economia pela Universidade Federal da Bahia, é filiado ao Partido dos Trabalhadores desde 1982. Atualmente, está encerrando o segundo mandato à frente do Governo da Bahia.
Antes disso, foi eleito vereador de Salvador em 2004. Já em 2010, chegou à Câmara dos Deputados como deputado federal mais votado do PT Bahia. Em 2012, assumiu a Casa Civil do Governo da Bahia durante o mandato do agora senador Jaques Wagner. Antes disso, em 2007, também havia comandado a Secretaria de Relações Institucionais na gestão estadual
Dois anos depois, venceu a disputa eleitoral e sucedeu Wagner como governador do estado. Durante o segundo mandato como governador, assumiu a presidência do Consórcio Nordeste. Ele foi reeleito em 2018 e, em 2022, conseguiu eleger o sucessor, Jerônimo Rodrigues (PT), para o cargo.
Fernando Haddad (PT)
Essa não será a primeira vez de Fernando Haddad como ministro de Estado. Ele já comandou o Ministério da Educação, durante o segundo mandato do presidente eleito Lula.
Haddad é cientista político e professor da Universidade de São Paulo na mesma área. Iniciou a carreira política como chefe de gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Econômico na gestão da prefeita Marta Suplicy, na época no PT. Em 2003, ele passou a integrar o Ministério do Planejamento como assessor especial. Um ano depois, passou a exercer o cargo de secretário-executivo do Ministério da Educação.
Em 2005, assumiu o comando desta pasta, mesmo período em que foram implementados programas como o Ciências sem Fronteiras e quando o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) passou a ser utilizado para admissão nas instituições de ensino superior.
Em 2012, Haddad foi eleito prefeito da cidade de São Paulo. Contudo, apesar de ter sido candidato à reeleição, acabou sendo derrotado por João Dória, na época no PSDB.
Com a prisão de Lula, foi candidato à presidência da República em 2018, quando acabou derrotado pelo atual presidente Jair Bolsonaro. Em 2022, concorreu ao governo de São Paulo, para o qual foi eleito Tarcísio Freitas.
Flávio Dino (PSB)
Governador do Maranhão durante pouco mais de 7 anos, Flávio Dino renunciou ao cargo no início de 2022 para concorrer ao Senado Federal - cargo para o qual foi eleito em outubro.
Dino é formado em Direito pela Universidade Federal do Maranhão e possui mestrado na mesma área pela Universidade Federal de Pernambuco.
O senador eleito também foi juiz federal durante 12 anos, quando exerceu cargos como secretário‐geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e assessor da presidência do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em 2006, foi eleito deputado federal - acabaria passando apenas um mandato na Câmara dos Deputados. Em 2010, concorreu ao Governo do Maranhão, mas acabou derrotado. Em 2014, foi eleito para o primeiro mandato como governador do estado nordestino, para o qual seria reeleito em 2018.
José Múcio Monteiro
Essa não será a primeira vez de José Múcio Monteiro em um Governo Lula. Ex-ministro do Tribunal de Contas da União, ele também atuou como ministro das Relações Institucionais durante o segundo mandato do presidente eleito, em 2007.
Formado em Engenharia Civil na Escola Politécnica de Pernambuco (Poli), ligada à Universidade de Pernambuco (UPE), Monteiro iniciou a vida pública ainda na década de 1970.
Foi eleito vice-prefeito de Rio Formoso, na Zona da Mata de Pernambuco em 1976 e, na sequência, foi eleito prefeito no mesmo município. Foi eleito pela primeira vez para a Câmara dos Deputados em 1990 e permaneceu no legislativo por cinco mandatos.
Na Casa, atuou como líder do Governo Lula durante o segundo mandato presidencial de Lula. Na sequência, em 2007, se licenciou para assumir o comando do Ministério de Relações Institucionais da presidência da República.
Em 2009, foi indicado para integrar o Tribunal de Contas da União, na vaga aberta pela aposentadoria de Marcos Vilaça. Teve o nome aprovado pelo Senado Federal e pôde então assumir o cargo em outubro do mesmo ano.
Mauro Vieira
O embaixador de carreira Mauro Vieira volta ao comando do Ministério das Relações Exteriores, cargo que ocupou durante o segundo governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Mauro Vieira é bacharel em Direito pela pela Universidade Federal Fluminense, no estado do Rio de Janeiro, e é formado pelo Instituto Rio Branco, escola de diplomacia do Brasil. Já foi embaixador do Brasil em Washington, na Cidade do México e em Paris, e serviu à Missão Permanente do Brasil junto à Associação Latino-Americana de Integração em Montevidéu.
Antes de assumir o comando do Itamaraty, atuou em outros cargos dentro da pasta, como Coordenador de Atos Internacionais, Assistente do Secretário-Geral, Assistente do Ministro de Relações Exteriores, Chefe de Gabinete do Secretário-Geral e Chefe de Gabinete do Ministro das Relações Exteriores.
Atualmente, é o embaixador do Brasil na Croácia - país onde estava durante o anúncio de que será o ministro de Relações Exteriores.