Ex-prefeito de Fortaleza e presidente municipal do PDT, Roberto Cláudio, declarou nesta quinta-feira (5) que não era "compreensível" a postura do partido em âmbito estadual, então comandada pelo senador Cid Gomes (PDT), que colocava em questionamento a candidatura "natural" à reeleição do prefeito José Sarto (PDT) em 2024.
"O que não era compreensível é que existia um diretório estadual que colocava em dúvida ou em questionamento a natural reeleição de um filiado que está sentado na cadeira e com uma grande obra em execução", disse Roberto Cláudio.
A declaração é uma resposta à mudança de comando do partido anunciada no início desta semana, quando André Figueiredo retornou ao posto destronando o senador Cid Gomes que estava como presidente interino desde julho deste ano.
A fala do ex-prefeito ocorreu logo após reunião do PDT municipal para tratar de estratégias pré-eleitorais e de organização partidária para o ano que vem. Além de Roberto Cláudio, o próprio André Figueiredo participou do encontro, assim como parlamentares pedetistas.
Com o comando da sigla sob a gerência do deputado federal André Figueiredo, segundo o ex-prefeito, há uma mudança de postura em relação aos interesses do partido na Capital, já que a candidatura de Sarto é prioridade nacional.
"O PDT tem prefeito eleito, pré-candidato à reeleição com muitas realizações na cidade. Essa condução do diretório afinado com o discurso de candidatura à reeleição do Sarto é o que é natural, é o que é razoável", declarou à imprensa.
Em julho deste ano, no mesmo mês em que assumiu a direção estadual do PDT, o senador Cid Gomes chegou a declarar que a prioridade não era definir nomes para a disputa do grupo em 2024, e que a ordem das definições passava por projeto, aliança e, por último, a definição do nome.
Se ouvir opiniões minhas de 8, 10, 12, 20 anos atrás, você vai ouvir o que eu estou dizendo agora, não estou com casuísmo. Primeiro, é importante a gente definir o projeto, o que queremos para Fortaleza. Segundo, definir a aliança, quais são os partidos, as forças políticas que vão se fazer representar. Por último, o nome, a pessoa, isso é o de menor importância, ao mesmo tempo que deve ser consequência desse esforço inicial de projeto, aliança e definição de nome
Disputa estadual
Na última segunda-feira (2), André Figueiredo, que atua como presidente nacional interino do PDT, revogou a licença e voltou a acumular as funções de presidente estadual e nacional do trabalhismo.
"Após conversa com alguns companheiros do diretório regional, diretório municipal, com companheiro Ciro e companheiro Lupi, decidimos voltar à presidência do diretório estadual", disse.
Na ação, o senador Cid Gomes acabou perdendo o posto de dirigente maior do partido no Ceará. No mesmo dia, o ex-governador reuniu aliados e anunciou que iria recolher assinaturas para uma reunião do partido com objetivo de antecipar a eleição da Executiva, que está marcada para ocorrer em dezembro.
"Fui surpreendido, sem nenhum aviso, sem comunicação, de que ele retornava à presidência e alegava que três compromissos de minha parte, que não teriam sido cumpridos. Isso não é verdade, não procede essa informação", rebateu Cid Gomes.
Nesta quinta (5), o líder do governo Elmano na Assembleia Legislativa, deputado Romeu Aldigueiri (PDT), declarou que Cid já teria conseguido 50 assinaturas para convocar a reunião, que está agendada para o dia 16.