O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por atentado contra a ordem institucional, a democracia e a separação dos poderes. Pedido foi divulgado pelo parlamentar no Twitter na noite desta terça-feira (7).
Rodrigues ainda pediu à Corte que investigue Bolsonaro sobre suposto financiamento dos protestos de 7 de setembro com dinheiro público: "Utilização indevida da máquina público, do dinheiro público, helicópteros, em favor desses atos", definiu o vice-presidente da CPI da Covid-19.
Ele definiu as manifestações bolsonaristas desta terça como "carnaval golpista", e também disse que solicitou inquérito ao STF para investigar a "grave ameaça ao livre funcionamento do Judiciário".
Randolfe reforçou as declarações em live com o Ciro Gomes na noite desta terça. Ele foi convidado do programa de estreia do pedetista no YouTube, o "Ciro Games - Live com o Cirão".
Bolsonaro sobe o tom
Em discurso na Avenida Paulista, em São Paulo, nesta terça, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) repetiu as ameaças contra o STF e chamou de "canalha" o ministro Alexandre de Moraes. Ele ainda disse que "nunca será preso".
Bolsonaro disse que Moraes oprime o povo brasileiro e pediu a saída dele do Supremo. "Nós devemos sim, porque eu falo em nome de vocês, determinar que todos os presos políticos sejam postos em liberdade. Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou", disse Bolsonaro.
"Ou esse ministro [Alexandre de Moraes] se enquadra ou ele pede para sair. Não se pode admitir que uma pessoa apenas, um homem apenas turve a nossa liberdade. Dizer a esse ministro que ele tem tempo ainda para se redimir, tem tempo ainda de arquivar seus inquéritos. Sai, Alexandre de Moraes. Deixa de ser canalha. Deixa de oprimir o povo brasileiro, deixe de censurar o povo", disse.
Ataque ao STF
Os atos deste 7 de setembro foram dominados por faixas, cartazes e gritos autoritários e antidemocráticos de apoiadores de Bolsonaro. O STF foi o principal alvo, em especial os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Moraes foi o responsável por decisões recentes contra bolsonaristas que ameaçam as instituições. O ministro tem agido a partir de pedidos da Procuradoria-Geral da República (PGR), sob o comando de Augusto Aras, indicado por Bolsonaro, e da Polícia Federal, órgão subordinado ao presidente.
Bolsonaro chegou a pedir o impeachment de Moraes, que foi rejeitado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.