Quem é Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro com pedido de prisão feito pela AGU

Torres foi exonerado após os ataques criminosos aos prédios dos Três Poderes, em Brasília

Ex-ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres foi exonerado do cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, após a invasão das sedes dos Três Poderes por manifestantes bolsonaristas, nesse domingo (8), em Brasília. 

A exoneração foi decidida pelo então governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), cerca de uma hora após os ataques criminosos. Torres havia sido nomeado para o cargo no último dia 2. 

A Advocacia Geral da União (AGU) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão de Torres "e de demais agentes públicos responsáveis por atos e omissões" nesse domingo na capital federal.

Nesta segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes determinou o afastamento de Ibaneis do governo.

Ainda no domingo, em postagem no Twitter, o até então secretário - que está em Orlando, nos Estados Unidos, mesma cidade onde Bolsonaro está desde o fim de 2022 - classificou as invasões e depredações dos prédios públicos em Brasília como "cenas lamentáveis".

Quem é Anderson Torres? 

Anderson Torres é ex-ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro e um dos principais aliados do ex-presidente.

Possui passagem pelos quadros da Polícia Civil e é delegado da Polícia Federal desde 2003, segundo informações da Exame, tendo uma trajetória profissional familiarizada com as demandas da segurança na capital federal.

Ele atuou como secretário da pasta entre 2019 e 2021, durante o primeiro mandato de Ibaneis.

"Fama de ser conivente"

Em coletiva na tarde de domingo, o presidente Lula (PT) afirmou que Torres "tem fama de ser conivente com manifestações".

No dia da diplomação do presidente, em dezembro passado, a atuação de Torres à frente do Ministério já havia sido criticada diante dos atos bolsonaristas, que depredaram a cidade e colocaram fogo em carros e ônibus sem serem punidos.