Um encontro para apresentar a chapa de pré-candidatos a deputado estadual e federal do Pros no Ceará foi permeado de tensionamento na manhã deste sábado (18). O evento foi marcado pela indefinição sobre o apoio do partido à campanha de Capitão Wagner (UB), ex-presidente da sigla no Estado e pré-candidato a governador.
Membros da executiva nacional trataram Wagner como sendo do grupo. Ao mesmo tempo, participantes ligados ao partido em Fortaleza deixaram o local com a chegada do deputado federal licenciado.
Em nota enviada ao Diário do Nordeste na quinta-feira (23), a presidência estadual do Pros afirma que não há diretório municipal instalado, portanto a manifestação contrária não teria representatividade oficial dentro da sigla.
Segundo a nota, o episódio foi um "posicionamento deselegante e desrespeitoso de 5 pessoas, entre elas alguns membros filiados ao partido, que não fazem parte da executiva municipal do Pros". Imagens feitas pela reportagem mostram um número bem maior de participantes que se retiraram do local.
O texto diz ainda que "a executiva estadual, em consonância com a executiva nacional, já está tratando dos fatos internamente".
O encontro ocorreu também para que o Pros apresente o pré-candidato à Presidência da República, Pablo Marçal.
O evento ocorreu em um hotel no bairro Mucuripe, em Fortaleza. O presidente estadual, Adilson Pinho, afirmou que o Pros tem mantido conversa com o grupo governista liderado pelo senador Cid Gomes (PDT) e também com Capitão Wagner para decidir quem irá apoiar na sucessão estadual.
Wagner já foi o presidente estadual do Pros e concorreu pela sigla à Prefeitura de Fortaleza em 2020, ficando em segundo lugar.
"Nós estamos conversando e acreditamos que em julho vamos bater o martelo e ver por qual lado que vamos se posicionar", disse o presidente Adilson.
Discordâncias internas
O movimento em oposição teve como um dos envolvidos o ex-prefeito de Poranga Paulo Pinho, que chegou a ser apresentado como presidente municipal, mas que, segundo o presidente estadual, Adilson Pinho, não foi oficializado. O grupo ligado a Paulo discorda que a sigla volte à oposição no Ceará.
Com a chegada do Capitão Wagner ao evento, Pinho se retirou da mesa em que estavam sentados os líderes partidários.
Ele convocou outros membros do partido que esvaziaram parte do auditório no qual acontecia o evento. "Se eles decidirem por apoiar o Capitão Wagner, a presidência municipal e todas as pessoas que nos acompanharam estão fora do Pros", disse Paulo Pinho.
Questionado sobre a retirada de parte dos correligionários do local, Adilson Pinho afirmou que o convite para participar do evento havia sido feito também a outros líderes políticos, e não só ao Capitão Wagner. "Não tem nada decidido", afirmou ainda.
Posição de Wagner
"Quem me convidou ao evento foi o presidente estadual e o vice-presidente nacional, Amauri (Pinho). Eles pediram, inclusive, uma ajuda para fortalecer a chapa de deputados federais, e eu me coloquei à disposição", disse o pré-candidato ao Governo.
Wagner afirmou ainda que, caso o Pros decida por apoiá-lo, se compromete em "ajudar a impulsionar a candidatura" de Adilson Pinho, que é pré-candidato a deputado federal.
"Também tive uma conversa com o Pablo Marçal e ele disse que também vê com bons olhos a nossa candidatura aqui [...] e eu acredito que o caminho vai ser muito em breve o fechamento do Pros conosco", completou ainda o pré-candidato.