O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, general Mauro Barbosa Cid, afirmou em áudio obtido pela Polícia Federal que o ex-presidente receberia US$ 25 mil. A informação foi obtida pelo portal g1.
Em mensagem enviada ao assessor especial de Bolsonaro, Marcelo Câmara, o ex-ajudante afirmou que o dinheiro poderia ser entregue nas mãos do ex-presidente.
"Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que, que era melhor fazer com esse dinheiro levar em 'cash' aí. Meu pai estava querendo inclusive ir aí falar com o presidente [...] E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta. Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor né?", disse.
Mauro Cid também tratou da venda de estátuas de palmeira e de barco folheadas a ouro, recebidos pela comitiva brasileira durante visita ao Bahrein em 2019. Ele afirmou que as peças não foram vendidas porque não são de ouro maciço. O caso é investigado em operação da PF deflagrada nesta sexta-feira (11).
"Aquelas duas peças que eu trouxe do Brasil: aquele navio e aquela árvore; elas não são de ouro. Elas têm partes de ouro, mas não são todas de ouro [...] Então eu não estou conseguindo vender. Tem um cara aqui que pediu para dar uma olhada mais detalhada para ver o quanto pode ofertar [...] Eu preciso deixar a peça lá [...] pra ele poder dar o orçamento. Então eu vou fazer isso, vou deixar a peça com ele hoje", disse em áudio.
Mauro César negociou joias nos EUA
Mauro Cid é um dos alvos da operação da PF que investiga a tentativa de venda ilegal de presentes dados ao governo por delegações estrangeiras. O pai dele, Mauro César Lorena Cid, o tenente Osmar Crivelatti e o advogado Frederick Wassef, que já defendeu o ex-presidente, também são investigados.
Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em Brasília (DF), São Paulo (SP) e Niterói (RJ). São apurados crimes de lavagem de dinheiro e peculato.
Conforme as investigações, o general era o responsável por negociar as joias e os demais bens nos EUA. Ele recebia, inclusive, os valores em sua conta bancária. Mauro está preso desde maio, suspeito de adulterar cartões de vacina.
A Polícia Federal brasileira já pediu um acordo de cooperação internacional com os Estados Unidos para quebrar o sigilo dessa conta.
Durante o governo Bolsonaro, o militar ocupou cargo federal em Miami ligado à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.