Marcelo Queiroga debocha de acusações e diz a diretor da OMS que passeará em Haia com Bolsonaro

Haia é a sede do Tribunal Penal Internacional, que poderá receber lista de 80 nomes por supostos crimes contra a humanidade

Na cúpula do G20 em Roma, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou em tom de deboche ao diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesuse, que irá com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) "passear em Haia", para onde podem ser enviadas as denúncias de crime contra a humanidade durante a pandemia de Covid-19.

A declaração do titular da Pasta ocorreu após o chefe do Executivo afirmar em uma conversa informal, nesse domingo (31), ser o "único chefe do Estado no mundo investigado, acusado de genocida".

Em seguida, aos risos, Queiroga completa alegando que acompanhará o mandatário. "Eu também. Vou com ele para Haia. Passear lá em Haia”.

Crimes

Haia, na Holanda, é a cidade-sede do Tribunal Penal Internacional, onde os senadores avaliam enviar as denúncias imputadas a Bolsonaro na CPI da Covid.

Para a Comissão Parlamentar de Inquérito, o presidente praticou crime de responsabilidade e contra a humanidade, emprego irregular de verba pública, charlatanismo, incitação ao crime, falsificação de documentos, prevaricação, crime de epidemia e crime de infração de medida sanitária preventiva.

Ao todo, o relatório final aprovado no Senado por sete votos a quatro solicita o indiciamento de Bolsonaro, outras 77 pessoas físicas e duas empresas. 

O texto será enviado ao Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria-Geral da República (PGR), e ao Ministério Público dos estados, em especial do Distrito Federal e de São Paulo, onde já há investigações em andamento, para confirmar ou arquivar os pedidos de indiciamento.