De olhos nos embates eleitorais, o presidente municipal e pré-candidato do PT em Fortaleza, Guilherme Sampaio, reconhece a popularidade do rival Capitão Wagner (União), mas avalia que a imparcialidade do ex-deputado diante do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é desvantagem na campanha adversária. A declaração foi dada durante a Live PontoPoder, na quinta-feira (14).
Eu fui o líder e o Wagner foi meu vice-líder da oposição no primeiro Governo Roberto Cláudio. Eu, particularmente, lamentei muito quando ele descambou para o bolsonarismo e lamento mais ainda quando o vejo, hoje, em cima do muro. Então eu acho que o Wagner tem esse problema. Quando ele é perguntado, por exemplo, sobre um golpe que o ex-presidente tentou dar depois de perder as eleições, para um democrata, é inadmissível deixar de denunciar isso porque, assim, você coloca em risco o processo eleitoral, a estabilidade democrática e a possibilidade de as pessoas disputarem as eleições livres e de expressarem seus pontos de vista como a gente faz no Parlamento todos os dias
Não é por acaso que Capitão Wagner ganha espaço na crítica do petista. Além de ter superado o governador Elmano de Freitas (PT) em votos do eleitorado fortalezense, nas eleições de 2022, ele disputa a Prefeitura da Capital na oposição desde 2016. A insistência ajuda o candidato a criar "recall" com a população, ou seja, tornar-se uma opção sempre lembrada nas urnas.
Tanto é que, no segundo turno de 2020, o ex-deputado foi derrotado pelo atual prefeito José Sarto (PDT) com uma diferença de apenas 43 mil votos, equivalente a cerca de três pontos percentuais. A vitória do pedetista se deu, em parte, ao apoio dado pelo PT para "derrotar o bolsonarismo", que seria representado por Wagner na ocasião, como relata Guilherme Sampaio.