Ex-deputado George Lima assume presidência do Solidariedade no Ceará após disputa com oposição

Aliado do grupo do governador Elmano de Freitas (PT), deve apoiar candidatura petista à Prefeitura de Fortaleza

A direção estadual do Solidariedade no Ceará agora será conduzida pelo ex-deputado estadual George Lima, aliado do Governo Elmano. A mudança foi divulgada nesta quinta-feira (18). De acordo com o partido, ele será o responsável pela condução da estratégia política nas eleições municipais deste ano. 

Lima substitui Júnior Castro, prefeito de Chorozinho, que assumiu a presidência do diretório estadual em dezembro do ano passado. Alguns dias antes do anúncio do gestor, o ex-deputado federal Vaidon Oliveira havia sido escolhido para a atribuição. Naquela oportunidade, a sigla apoiaria a candidatura do Capitão Wagner (União) em Fortaleza.

A chegada de George ao comando do órgão partidário e a mudança de palanque partiu, segundo afirmou ao Diário do Nordeste, de uma articulação que envolveu o presidente do Republicanos no Ceará, Chiquinho Feitosa, a Executiva nacional do Solidariedade e membros da base aliada ao Governo do Estado.

"O pessoal ligado ao antigo Pros, na verdade, estava articulando para o partido ir para a base do Capitão Wagner, mas o Chiquinho Feitosa tinha um relacionamento político muito bom com o Paulinho da Força (vice-presidente nacional do Solidariedade) e foram feitas algumas reuniões em Brasília. No final, houve um consenso de que o partido deveria ficar com o (grupo do) Chiquinho Feitosa", pontuou, completando que o poderio político do aliado teve impacto na decisão.

Pelo que contou o novo presidente, a decisão de direcionar a agremiação para o arco de alianças de Elmano rendeu uma reunião entre o ministro Camilo Santana e Feitosa, na qual foi o selecionado para a função. "E o nome indicado foi o meu, porque sou uma pessoa ligada aos dois e que tem uma boa relação com todos os lados políticos do Ceará", argumentou.

"Nosso propósito bem claro é tirar o partido da base do Capitão e não apoiar a reeleição do Sarto. Ou seja, devemos ficar com o candidato do grupo do Camilo", disse George Lima, ao comentar sobre qual seria sua missão no controle da legenda.

O intuito seria o de eleger ao menos três vereadores para a Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor). "O Solidariedade é um partido novo e os candidatos que não têm mandato querem ir para partidos que estão sendo montados, porque passam a concorrer com equilíbrio", avaliou, pontuando que está tendo muita procura de políticos interessados em integrar a chapa proporcional.

Ao que afirmou, o breve período em que Júnior Castro passou liderando o Solidariedade Ceará foi considerado como informal. "Foi um nome cogitado. Depois, a gente pensou nele para ser presidente municipal (de Fortaleza), mas por ter o título de Chorozinho, ele não pôde. Ele ficou (na presidência), mas ainda era na informalidade, a nominata mesmo só saiu agora em janeiro", explicou. 

A saída da presidência teria sido um consenso entre ambas as partes, a direção partidária e o mandatário. "Júnior é uma pessoa ligada a gente e foi um consenso. Ele mesmo também aceitou não assumir mais o partido, de forma consensual", completou. 

"Estou fazendo um critério bem rigoroso para não nomearmos qualquer um. Até porque não dá tempo, temos praticamente quatro meses para fazer as filiações e concorrer. Então estou sendo bem seletivo. Aqui, em Fortaleza, estou procurando acelerar mais, porque a gente precisa ter uma chapa forte", frisou o entrevistado.

A ideia dos partidários é que haja uma participação na maioria dos municípios cearenses. Conforme revelou George Lima, diretórios devem ser criados em localidades para aumentar a presença da agremiação no interior do Estado e dar uma musculatura maior ao fim do processo eleitoral.