Érika Amorim fala sobre disputa em Caucaia e defende espaço: 'lugar de mulher é na política'

Candidata havia desistido de disputar a reeleição como deputada estadual antes de receber convite para concorrer ao Senado

Candidata ao Senado Federal, Érika Amorim (PSD) defendeu a presença da mulher no Congresso Nacional e reforçou que a pauta da representatividade feminina na política é uma das principais bandeiras da sua candidatura. "O lugar da mulher é na política", reforçou a candidata, que encerra em dezembro o primeiro mandato como deputada estadual. 

"É uma missão certamente desafiadora, que tenho abraçado em cada canto que tenho podido chegar, nesse sentimento de representar as mulheres", afirma. "A minha principal missão (caso eleita) vai ser estabelecer a figura da mulher nesse lugar de poder, nesse lugar de decisão".
 

Érika Amorim assumiu a candidatura a senadora após o fim do prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral para o registro de candidatos. O motivo foi a decisão judicial de manter a neutralidade da federação formada pelo PSDB e Cidadania na disputa estadual, o que inviabilizou a candidatura do empresário Amarílio Macêdo (PSDB). 

O tucano chegou, inclusive, a iniciar a campanha ao lado do candidato ao Governo do Estado, Roberto Cláudio (PDT), mas acabou sendo substituído por Érika Amorim após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmar a neutralidade da federação no Ceará. 

A candidata acredita que devem ter sido "avaliados vários nomes" antes do convite ser feito a ela, mas considera que a escolha se deve à "trajetória em defesa da mulher". "Fui a mulher mais votada para deputada estadual (em 2018). Foi olhando para esse espaço de protagonismo da mulher que resolvi abraçar essa missão", ressalta. 

A declaração foi feita durante entrevista à TV Diário e Verdinha nesta terça-feira (30). Érika Amorim é a segunda entrevistada na série de sabatinas com os candidatos ao Senado, que integra a cobertura eleitoral do Sistema Verdes Mares em 2022.

Disputa eleitoral em Caucaia

Segundo maior colégio eleitoral do Ceará, Caucaia é a principal base eleitoral de Érika Amorim, assim como do grupo político ao qual pertence junto ao marido, o candidato a deputado federal, Naumi Amorim (PSD). 

Ex-prefeito de Caucaia, Naumi foi derrotado em 2020 na disputa pela reeleição para o Executivo municipal. Agora parte da oposição ao atual prefeito, Vitor Valim, Érika Amorim considera que a derrota recente não deve ter impacto negativo na disputa eleitoral deste ano. 

"Eu entendo que nós temos serviço prestado à população. (...) Naumi recebeu o município com dificuldades e trabalhou para trazer investimentos, melhorias. O cenário no município, onde somos oposição a atual gestão, poderia representar um cenário desfavorável, mas a gente sente o acreditar quando vai na rua. A gratidão e o desejo que a gente continue a ser voz, continue atuando", ressalta. 

Ela considera, inclusive, que a candidatura tanto dela como do marido estariam "fortalecidas" em 2022. "Tenho confiança no povo de Caucaia, que reconhece o nosso trabalho. 

Antes de ser escolhida como candidata ao Senado, Érika Amorim renunciou a candidatura à reeleição para a Assembleia Legislativa do Ceará. Segundo ela, o motivo era focar na candidatura de Naumi à Câmara Federal. "Foi uma decisão pessoal, entendendo a expressão política de um mandato de deputado federal, que tem mais visibilidade e consegue chegar com mais ajuda ao povo cearense", ressalta. 

Um cenário que mudou quando foi convidada para pleitear a vaga do Senado Federal.

"Não foi fácil anunciar (a desistência). E logo em seguida, veio o convite e reacendeu essa pauta que sempre foi muito forte em mim, da representatividade da mulher", afirma. 
Érika Amorim
Candidata ao Senado

Principais prioridades no Senado

Durante a entrevista, a candidata ressaltou três áreas que devem ser prioritárias na atuação no Senado Federal, caso seja eleita. A primeira delas é a Infância, pauta que já defende na Assembleia Legislativa - onde preside a comissão voltada à Infância e Adolescência. 

"Eu defendo que nós busquemos ampliar os investimentos na educação", destaca. "(Temos) A necessidade de universalizar o acesso. Dar direito a todas as crianças de estarem na educação infantil, terem direito a alimentação, pelo menos, as principais alimentações do dia".

Érika Amorim falou ainda da necessidade de atuar não apenas na proposição de projetos, mas também na destinação de recursos para a implementação de programas no Ceará. Ela citou, por exemplo, a proposta do candidato ao Governo, Roberto Cláudio, de ampliar a educação em tempo integral nos municípios. 

Outras propostas citadas pela candidata como prioritárias foram a descentralização da saúde e a segurança pública no Ceará. "Precisamos atuar na busca de fortalecer e pela cooperação conjunta com as forças nacionais. Fortalecer a Polícia Federal para atuação cada vez maior nas fronteiras e também no nosso Estado", ressaltou.  

Rompimento entre PT e PDT

A candidata avaliou que o rompimento da base governista - protagonizado, principalmente, por PDT e PT - "não era o esperado dentro do cenário". 

Apesar disso, ela afirma que não considera que houve "violência política de gênero ou machismo" no processo de escolha do PDT.

"A minha leitura não era de que ela estava desejosa dessa reeleição. Os demais candidatos a gente via a movimentação nesse sentido", argumenta a candidata. "Eu não analiso que se tratou de violência de gênero ou machismo, mas que foi um processo democrático estabelecido no partido".

Érika Amorim afirmou ainda que, apesar do rompimento, "no momento que for necessário, é preciso unir forças por esse povo". "A gente deve se despir de qualquer vaidade, de qualquer questão de diferença que possa ter ocorrido, deve se imbuir da responsabilidade com o nosso Estado", defende.