A governadora do Ceará, Izolda Cela (PDT), participou de reunião com a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federa (STF), nesta terça-feira (10), para tratar sobre o litígio territorial entre Ceará e Piauí. O impasse secular envolve o território que atualmente corresponde a 13 cidades cearenses na Serra da Ibiapaba.
No STF, a governadora disse que fará uma "defesa firme" e "determinada" da área que atualmente pertence ao Ceará.
"Penso que é um prejuízo incalculável (de uma eventual perda). Seria um prejuízo de diversas ordens, especialmente naquilo que toca as pessoas, na sua história, no pertencimento, nas raízes, então é de nós considerarmos toda essa ordem", disse.
Izolda disse que o encontro não teve intenção de debater questões processuais, mas de compartilhar a visão do Governo do Ceará sobre os impactos que o litígio pode trazer para o Estado. "(Demonstramos) a nossa firme determinação de fazer a defesa daquilo que nos parece direito, certo e legítimo, defender o nosso povo cearense pelo direito de pertencimento ao Ceará", afirmou.
A mandatária disse estar confiante com o desfecho do caso. "Temos uma posição de confirmarmos no bom senso, naquilo que a realidade evidencia, na possibilidade que o diálogo oferece, a boa comunicação, as boas relações que nós temos, relações republicanas, relações muito cordiais com o estado do Piauí e essa possibilidade que nós temos de resolver tudo isso da melhor maneira possível", concluiu.
A governadora do Ceará ressaltou ainda que tem a intenção de dar objetividade às tratativas com o Estado do Piauí. "Temos tido sempre um bom diálogo com o Governo do Piauí. Penso que podemos torná-lo mais objetivo, tratando agora com a governadora (Regina Sousa) com relação aos pontos que podem ser consensos e podem ser resolvidos", acrescentou Izolda.
Litígio
O impasse histórico que envolve o trecho do território cearense foi parar no STF em 2011, quando o Piauí recorreu à Corte sobre o impasse.
Em 2016, a pedido do próprio STF, o Serviço Geográfico do Exército apresentou um relatório preliminar sobre a região, no qual é favorável ao Piauí.
No ano passado, a possibilidade de uma nova perícia foi anunciada para o primeiro semestre de 2022. No entanto, em abril deste ano, o Exército Brasileiro informou ao STF que os recursos pagos pelo Piauí para a realização do novo estudo não foi pago aos militares por questões de regras orçamentárias.
Na semana passada, Izolda Cela anunciou que irá intensificar as articulações para garantir que o território cearense não seja alterado.
A expectativa é de que, nos próximos dias, ela visite os municípios potencialmente afetados pela disputa por território.