O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi exonerado do cargo pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). A dispensa do cargo consta no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (20) e foi assinada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.
Vasques virou réu por improbidade administrativa em novembro último, após pedir votos para Bolsonaro durante a corrida presidencial e comandar a corporação durante bloqueios nas estradas no segundo turno das eleições.
A decisão do juiz da 8ª Vara Federal do Rio, Jose Arthur Diniz Borges, atendeu à ação movida pelo Ministério Publico Federal (MPF) do Rio. Em nota na ocasião, a PRF disse que "acompanhava com naturalidade a determinação de citação" de Vasques.
"Pedido de aposentadoria"
Na última sexta-feira (16), Vasques havia reunido o efetivo e servidores da corporação para apresentar os resultados institucionais desde que assumiu a PRF e se despedir da equipe.
"Eu já trabalhei em todas as áreas da PRF e foi com grande orgulho que cheguei ao cargo de diretor-geral. Hoje vou apresentar para vocês tudo o que foi desenvolvido durante esta gestão porque nos próximos dias já entrarei com o pedido de aposentadoria", disse ele, na ocasião.
Investigação
Silvinei Vasques é alvo de inquérito aberto pela Polícia Federal (PF), que investiga as blitze da PRF no dia do segundo turno das eleições. Contrariando a determinação da Justiça, agentes pararam ônibus que faziam transporte gratuito de eleitores. A corporação alega que fiscalizou apenas questões técnicas dos veículos.
A conduta de Silvinei é investigada também diante dos bloqueios ilegais de rodovias, promovidos por apoiadores de Bolsonaro depois da derrota na eleição. O MPF aponta demora deliberada para desmobilizar os protestos por motivação política.