Diário do Nordeste

Deputados Marcel Van Hattem e Nikolas Ferreira desafiam Moraes e utilizam VPN para permanecer no X

Parlamentares estão utilizando ferramenta proibida pelo ministro

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 11:14)
Nikolas Ferreira

Os deputados federais Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Nikolas Ferreira (PL-MG) desafiaram a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e continuam a utilizar o X (antigo Twitter) no Brasil com apoio de uma VPN. A plataforma foi suspensa no País entre sexta-feira (30) e sábado (31).

O uso da ferramenta, que mascara a origem do acesso da internet, foi proibida pelo ministro, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.

Em publicação realizada no sábado (31), Van Hattem disse que o tweet pode lhe custar R$ 50 mil por dia, mas sua "dignidade vale muito mais do que isso".

Marcel Van Hattem

"Vou continuar tuitando, independente de perseguição ou ameaças de Estado, porque acredito na liberdade de expressão, democracia e Justiça real", escreveu.

A publicação foi feita em inglês e português e compartilhada por Elon Musk, empresário dono da plataforma. 

Nikolas Ferreira, por sua vez, também ressaltou o valor da multa para desafiar Moraes, o qual se referiu como "Voldemort".

"Mesmo que eu possa ser multado em quase $ 9.000 (dólares) por dia, não vou recuar, especialmente considerando que o Tribunal Superior Eleitoral ainda está postando no X. Se eles podem, nós podemos. A tirania do ditador de Voldemort não prevalecerá", afirmou em publicação em inglês.

Eles ainda questionaram a continuidade da utilização da plataforma pelo PT de Caxias do Sul (RS), que fez um publicação de apoio a candidata do partido à Prefeitura da Cidade, também no dia 31.

"PT também usando VPN. Olhaí, Xandinho...", disse o deputado Van Hattem.

Bloqueio do X

Na sexta-feira, 30 de agosto, a suspensão do X foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes e vale até a rede social cumprir ordens judiciais, pagar multas e indicar um representante no país. O magistrado determinou a derrubada "imediata, completa e integral" do funcionamento da rede.

A decisão vale até que todas as ordens judiciais proferidas pelo ministro relacionadas à ferramenta sejam cumpridas, as multas devidamente pagas e seja indicada, em juízo, a pessoa física ou jurídica representante em território nacional — no segundo caso, também o responsável administrativo.

Na quarta-feira (28), o ministrou chegou a intimar o dono do X, o empresário Elon Musk, a indicar em 24 horas um novo representante legal no Brasil, e afirmou que suspenderia a rede caso isso não acontecesse.

A intimação foi feita em postagem na página oficial do Supremo do próprio X, na qual o perfil do empresário e do Global Government Affairs da rede social foram marcados.

Clientes de operadoras, como Vivo, Claro e Oi, relataram na plataforma Downdetector  — site que monitora reclamações no Brasil — a queda do antigo Twitter no início da madrugada.

No dia seguinte, a rede social afirmou que não cumpriria ordens. O posicionamento da empresa foi divulgado sete minutos depois do encerramento do prazo estabelecido por Moraes (20h07). Em 17 de agosto, o empresário sul-africano acusou Moraes de ameaçar de prisão seus funcionários e, diante disso, anunciou o fechamento do escritório no Brasil.